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Chefe do Exército norte-coreano é afastado do cargo

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A Coreia do Norte anunciou nesta segunda-feira que Ri Yong-ho, chefe do Exército Popular e colaborador próximo do líder do país, Kim Jong-un, foi afastado de todos os seus cargos por motivo de "doença", o que, segundo especialistas sul-coreanos, ocultaria motivos políticos.

O comunicado sobre o afastamento foi feito pela agência de notícias estatal norte-coreana (KCNA), sem informações sobre quem será o novo chefe operacional das Forças Armadas do país.

O exército da Coreia do Norte conta com aproximadamente 1,1 milhão de soldados e é o principal aliado da dinastia Kim, que governa o país desde 1948.

A Coreia do Sul, que duvida da "doença" como causa do afastamento, não pôde confirmar a veracidade da informação, o que despertou especulações no país.

Uma porta-voz do Ministério da Unificação em Seul indicou que, "a julgar pela história recente da Coreia do Norte, é muito incomum a destituição isolada de um funcionário que ocupa um cargo tão alto". "Estamos observando muito de perto a situação e estreitaremos nossa vigilância" sobre a Coreia do Norte, disse a porta-voz.

Os analistas sul-coreanos dizem que a cassação de Ri ocultaria motivos políticos - por exemplo, uma luta de poder no regime - ou estaria relacionada ao controle que o líder norte-coreano, Kim Jong, também líder supremo das Forças Armadas, tenta exercer sobre o exército.

Ri Yong-ho, nascido em 1942, também ocupava os cargos de membro da liderança do Bureau Político e da Comissão Central do Partido dos Trabalhadores, e o de vice-presidente da Comissão Militar do partido único norte-coreano. Ri também foi nomeado chefe do Exército Popular do país em fevereiro de 2009.

Descrito pela imprensa norte-coreana como um profundo conhecedor de táticas de artilharia, Ri consolidou seu peso no regime em 2010, quando fez numerosas aparições públicas em diversos eventos, nos quais foi orador.

Entre outros, foi responsável pelo discurso de abertura durante o desfile do exército, realizado em outubro de 2010 para comemorar o 65° aniversário do Partido dos Trabalhadores.

Apesar da redução do número de suas intervenções, analistas sul-coreanos afirmam que Ri continuou a ser um dos homens de confiança do falecido ditador Kim Jong-il.

Recentemente, Ri Yong-ho ocupou um lugar de destaque na organização das celebrações do centenário de nascimento do fundador do país, Kim Il-sung, em 15 de abril, e foi visto junto com o novo líder norte-coreano, Kim Jong-un, em várias ocasiões.

O regime comunista da Coreia do Norte, ancorado pelas políticas da Guerra Fria, se caracteriza por um ambiente que beira o secretismo, o que impede um conhecimento maior do que ocorre no país.

Sete meses depois da morte de Kim Jong-il, a destituição do chefe do exército levanta novas dúvidas sobre a estabilidade de um regime baseado nas Forças Armadas e aparentemente sólido, mas com uma economia em ruínas e uma deteriorada política externa. EFE

aaf/ff/id

EFE   
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