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Chefe da Inteligência da Arábia Saudita defende afastamento dos EUA, fiz fonte

22 out 2013 - 15h00
(atualizado às 21h22)
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O chefe do setor de Inteligência da Arábia Saudita, príncipe Bandar bin Sultan, disse que o reino fará uma "grande mudança" nas relações com os Estados Unidos em protesto contra o que chamou de visível inércia dos EUA na questão síria e a abertura do país em relação ao Irã, disse nesta terça-feira uma fonte a par da política saudita.

O príncipe declarou a diplomatas europeus que os EUA falharam na adoção de ações efetivas na crise síria e no conflito palestino-israelense, estão ficando mais próximos do Irã e não apoiaram o suporte dado pelos sauditas ao Bahrein quando esse país esmagou uma revolta antigovernamental em 2011, disse a fonte. Não ficou imediatamente claro se os comentários atribuídos ao príncipe Bandar têm pleno apoio do rei da Arábia Saudita, Abdullah.

"A mudança para distanciamento dos EUA é grande", afirmou a fonte próxima da política do reino. "A Arábia Saudita não quer se encontrar mais numa situação em que é dependente."

Os Estados Unidos e a Arábia Saudita são aliados desde a formação do reino, em 1932, o que garante aos sauditas uma poderosa proteção militar e assegura a Washington suprimento de petróleo. A iniciativa do príncipe vem à tona depois de uma surpreendente decisão saudita, na sexta-feira, de rejeitar integrar por dois anos o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), em protesto contra o "padrão duplo" das Nações Unidas.

O príncipe Bandar foi embaixador saudita em Washington por 22 anos e é visto como um linha-dura em política externa, especialmente quanto ao Irã. O reino saudita, de população majoritariamente muçulmana sunita, rivaliza com o Irã, de maioria xiita e aliado da Síria, o que tem amplificado as tensões sectárias no Oriente Médio.

Filho do último príncipe herdeiro e ministro da Defesa, o príncipe Sultan, e protegido do rei Fahd, o príncipe Bandar caiu em desgraça com o rei Abdullah em 2005, após divergências em política externa. Mas ele voltou a ter destaque no ano passado, ao assumir a incumbência de derrubar o presidente da Síria, Bashar al-Assad, dizem diplomatas na região do Golfo. No último ano ele encabeçou os esforços para fornecer armas e outros tipos de ajuda aos rebeldes sírios enquanto seu primo, o ministro de Relações Exteriores, príncipe Saud al-Faisal, atuava no campo diplomático.

"Todas as opções na mesa"

"O príncipe Bandar disse a diplomatas que ele planeja limitar a interação com os EUA", afirmou uma fonte que acompanha a política saudita. "Isso acontece depois de os EUA fracassaram em adotar ações efetivas na Síria e Palestina".

"As relações com os EUA estão há tempos se deteriorando, já que os sauditas sentem que os EUA estão cada vez mais próximos do Irã e os EUA também falharam no apoio aos sauditas durante o levante no Barein."

A fonte não quis dar mais detalhes da conversa com Bandar, que ocorreu nos últimos dias, mas insinuou que as mudanças planejadas teriam amplas consequências, incluindo na compra de armas e venda de petróleo.

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