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América Latina

Capriles acusa governo de usar violência para dividir Venezuela

23 jan 2013 - 18h19
(atualizado às 19h20)
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O líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, acusou nesta quarta-feira o governo do presidente Hugo Chávez de usar a violência para tentar dividir o país e gerar o confronto, e assegurou que a oposição deve responder com "conteúdo" político. Após um ato organizado pela oposição por ocasião do 55º aniversário do final da ditadura de Marcos Pérez Jiménez, Capriles disse aos jornalistas que o ditador tinha o "monopólio da violência e com a violência intimidava os venezuelanos e com a violência governava".

Capriles participou de um ato organizado pela oposição por ocasião do 55º aniversário do final da ditadura de Marcos Pérez Jiménez
Capriles participou de um ato organizado pela oposição por ocasião do 55º aniversário do final da ditadura de Marcos Pérez Jiménez
Foto: AFP

"É muito parecido com o tempo que estamos vivendo: o governo tem o monopólio da violência, quer utilizar a violência para que os venezuelanos briguem uns contra os outros", criticou. Capriles disse ainda que a oposição deve "indicar claramente aos venezuelanos" que o caminho a ser tomado "não é o do confronto nem da violência, mas da paz".

"Infelizmente os que governam não acreditam na unidade dos venezuelanos, sua conduta é sectária, eles falam de inclusão, mas não pode haver inclusão se há exclusão e a realidade que estamos vivendo hoje os venezuelanos é que quem discorda do governo é excluído", opinou. Capriles afirmou que a oposição trocou uma passeata por um ato em um parque de Caracas pois o governo convocou para o mesmo dia uma grande manifestação, com o objetivo de provocar o "confronto entre os venezuelanos". "Nós não temos nada que extrair do confronto, o confronto é o mecanismo do governo como foi de Marcos Pérez Jiménez a violência", atacou.

Capriles, atual governador de Miranda, disse ainda que o importante é "derrotar a violência, derrotar os violentos, aqui se trata de derrotar os que têm poder e que todos os dias convocam a violência". Além disso, Capriles frisou a necessidade de dar um conteúdo político ao discurso da oposição. "Não é só reivindicar nem criticar, é encher este processo de propostas de alternativas, de apresentar aos venezuelanos qual é a solução", acrescentou.

O líder disse ainda que a oposição não deve ficar discutindo se é o vice-presidente Nicolás Maduro ou o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, quem deve dirigir o país. "O problema não é um ou outro. Não vamos permitir que o governo utilize este debate como desculpa para não entrarmos nos verdadeiros problemas que temos", afirmou.

Capriles aproveitou para criticar Hugo Chávez, e disse que se o presidente pode brincar, ele deve fazer uma ligação telefônica ao país para transmitir tranquilidade aos seus seguidores e a todos os venezuelanos. "Se uma pessoa pode fazer brincadeiras, por que não pode pegar um telefone e transmitir tranquilidade aos venezuelanos?", questionou.

Segundo os últimos relatórios oficiais sobre a saúde de Chávez, que está em Cuba se recuperando de uma cirurgia de um câncer, o presidente brincou com o novo chanceler, Elías Jaua, durante o encontro que ambos tiveram no início da semana em Havana. O governador de Miranda disse que as figuras que estão agora à frente do Executivo têm alta rejeição e que o governo utiliza "todos os dias a imagem do presidente para tentar ganhar tempo".

"Tentam fazer com que os venezuelanos acreditem que este não é o momento de exigir pois o presidente está fora e é preciso ser solidário com o presidente", declarou. "Sim, somos solidários com o presidente, mas isto não é desculpa para que o governo deixe de atender os problemas dos venezuelanos", criticou.

"Nós desejamos que o presidente retorne, recupere-se e retorne para exercer sua função, o mandato que o povo lhe deu", sustentou. Capriles disse que a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) pede, "e tem o direito de fazer isso, que os venezuelanos sejam informados" sobre a saúde de Chávez.

EFE   
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