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Campanha eleitoral malinesa termina sem incidentes e com dois favoritos

26 jul 2013 - 15h28
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A campanha eleitoral para as eleições presidenciais do Mali, que serão realizadas no próximo domingo, chegou ao fim praticamente sem incidentes e com dois candidatos como favoritos, Ibrahim Boubacar Keita e Sumalia Cissé.

Durante três semanas, os 27 candidatos à Presidência apareceram em todos os meios de comunicação para tentar atrair os eleitores, chamados pela primeira vez às urnas depois do golpe militar que em 22 de março de 2012 suprimiu a antiga ordem constitucional e colocou à frente do país uma junta militar dirigida pelo capitão Amado Haya Sanogo.

Além da chamada ao retorno da democraria, a maioria dos slogans e dos discursos políticos se centraram em outra grande crise na qual o Mali se viu imerso, a divisão do país após o triunfo de uma rebelião tuaregue nas regiões setentrionais de Kidal, Gao e Timbuktu.

"Nossa luta é por um Mali forte", "Pela restituição da dignidade do Mali", "Por um Mali indivisível", são alguns dos slogans que mais foram repetidos na campanha eleitoral.

O ex-primeiro-ministro Ibrahim Boubacar Keita, apontado pelas enquetes e por vários analistas como possível vencedor do pleito, decidiu colocar um fim em sua campanha eleitoral com dois comícios, um em Kati, onde se encontra o quartel-general do capitão Sanogo, e outro em Kito, para onde eles viajarão de trem.

Keita, de 68 anos e que pela terceira vez concorre para o cargo de presidente, prometeu durante a campanha restaurar a autoridade do Estado, avançar rumo à reconciliação nacional e devolver aos malineses a segurança e dignidade.

Além disso, Sumalia Cissé, candidato pela União pela República e Democracia, segundo partido no Parlamento desde 2003, e que também parte entre os favoritos, elegeu o Palácio da Cultura de Bamaco para pedir pela última vez o voto a seus seguidores.

Os quatro pilares de sua campanha foram a consolidação das instituições, a construção de uma sociedade civil ativa e responsável, o fortalecimento da economia, a melhora dos serviços sociais e a importância da mulher e da juventude.

Atrás destes candidatos, as enquetes apresentam também Modibó Sidibé, antigo primeiro-ministro, original de Bamaco, e Dramane Dembelé, candidato do majoritário partido Aliança pela Democracia no Mali (Adema) e que parece ter experimentado uma importante melhoria em intenções de voto à medida que a campanha avançou.

Sidibé prometeu que caso vá para o segundo turno, se concentrará "na reconstrução do estado e o estabelecimento de instituições sólidas que garantam a estabilidade para todos os malineses".

Por sua vez, Dembelé, o mais jovem dos candidatos com mais opções, de 46 anos, oferece, além das próprias promessas que o resto dos aspirantes, um novo e jovem rosto, embora não deixe de ser o candidato do principal partido malinês.

No entanto, os analistas e as enquetes apontam que nenhum dos quatro alcançará a maioria suficiente no domingo (mais de 50%) para evitar o segundo turno, que ocorreria no domingo, 11 de agosto, entre os dois candidatos mais votados.

Segundo fontes militares confirmaram à Agência Efe, a campanha se desenvolveu sem muitos incidentes, exceto a morte de quatro pessoas em um enfrentamento intercomunitário em Kidal em 19 de julho e o sequestro no dia seguinte, durante 24 horas, de cinco agentes eleitorais e do vice-prefeito da cidade.

No entanto, as mesmas fontes advertiram sobre a necessidade de continuar em alerta até o fechamento dos colégios.

O chefe da missão de observação da União Europeia para as eleições do Mali, o belga Louis Michel ,mostrou hoje em Bamaco seu otimismo sobre o processo.

"São eleições fundamentais e sempre fui a favor de manter as datas das eleições", disse Michel em relação às críticas vertidas contra a data eleitoral, só seis meses depois da intervenção militar francesa que colocou fim à presença de grupos radicais islâmicos no norte do país.

Sete milhões de malineses foram convocados para as urnas no próximo domingo em eleições cuja legitimidade defendem os 27 candidatos, apesar das condições de realização serem longes das ideias.

Neste sentido, o chefe dos observadores da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), John Agyekum Kufuor, pediu recentemente aos candidatos que "aceitem o veredito das urnas e se abstenham de utilizar a insegurança generalizada como pretexto para não aceitar os resultados".

EFE   
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