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Brasil não pretende responder a pedido de asilo de Snowden

2 jul 2013 - 12h25
(atualizado às 13h22)
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Um porta-voz do Itamaraty confirmou nesta quarta-feira que o Brasil recebeu um pedido de asilo político do ex-funcionário da CIA Edward Snowden.

Porém, segundo o porta-voz Tovar da Silva Nunes, o governo brasileiro não tem, até o momento, a intenção de responder ao pedido.

Segundo um comunicado publicado pelo site Wikileaks, o Brasil estaria no grupo de 21 países aos quais Snowden teria feito o pedido de asilo.

O informe da Wikileaks diz que os pedidos de asilo foram entregues no domingo ao escritório do consulado russo no aeroporto de Sheremetyevo para que fossem passados às correspondentes embaixadas em Moscou.

No início desta terça-feira as embaixadas brasileiras em Moscou e na Grã-Bretanha (país de origem da advogada de Snowden) haviam dito à BBC Brasil não ter recebido qualquer pedido do americano.

Segundo o Wikileaks, o grupo de países que receberam solicitações de asilo de Snowden também incluiria China, França, Irlanda, Áustria, Islândia, Bolívia, Cuba, Finlândia, Alemanha, Índia, Itália, Holanda, Nicarágua, Polônia, Espanha, Suíça e Venezuela, além de Equador, Rússia e Noruega, que confirmaram ter recebido o pedido.

Ex-técnico em segurança digital da CIA, Snowden delatou um sistema secreto de monitoramento de informações pessoais nos quais agentes da Agência Nacional de Segurança americana (NSA, na sigla em inglês) teriam acesso direto a servidores de nove grandes empresas de internet, incluindo Google, Microsoft, Facebook, Yahoo, Skype e Apple.

As informações teriam sido conseguidas quando Snowden prestava serviço para a NSA. Para escapar de um processo, no início de maio ele fugiu do Havaí, onde morava, para Hong Kong - de onde teria denunciado o esquema de espionagem para o jornal britânico The Guardian e o americano Washington Post.

Uma investigação criminal foi aberta contra ele na Justiça americana e os Estados Unidos pediram sua extradição, mas ele conseguiu viajar para Moscou e, desde então, ninguém confirma seu paradeiro.

Asilo

O Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, teria discutido o caso de Snowden com o chanceler russo, Sergei Lavrov, durante uma conferência em Brunei.

Os pedidos de asilo teriam sido apresentados pela advogada britânica Sarah Harrison, da equipe jurídica do Wikileaks.

Uma autoridade russa confirmou que a solicitação foi recebida pelo país, mas o Kremlin não quis comentar o caso.

Sem citar nomes, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que Moscou "nunca entregou ninguém nem teria a intenção de fazê-lo".

Ele deu a entender que Snowden poderia ficar no país com a condição de que ele parasse de prejudicar os "parceiros americanos" da Rússia com seus vazamentos de informação.

Snowden já havia pedido asilo ao Equador, que está abrigando o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, em sua embaixada em Londres.

Nesta segunda-feira, o presidente do Equador, Rafael Correa, disse à agência de notícias France-Presse que, a princípio, seu país processaria a solicitação se Snowden conseguisse entrar na embaixada equatoriana. No entanto, caso ele pudesse completar o pedido dentro do território russo, então "a situação poderia processada e resolvida lá". Ou seja, pelo governo russo.

Noruega, Polônia, Alemanha, Áustria, Finlândia, Espanha e Suíça afirmaram que pedidos de asilo somente poderiam ser feitos no solo destes países.

Em um comunicado na Tanzânia, o presidente americano, Barack Obama, disse que Snowden viajou para Moscou sem documentos válidos.

Snowden acusa o governo dos Estados Unidos de pressionar os países para os quais ele pediu asilo para rejeitarem o pedido.

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