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Bolívia anuncia reunião de presidentes latino-americanos sobre caso Snowden

3 jul 2013 - 17h04
(atualizado às 17h25)
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O governo da Bolívia anunciou nesta quarta-feira que vários presidentes latino-americanos estão convocando uma reunião amanhã, na cidade de Cochabamba, para debater o incidente sofrido pelo presidente, Evo Morales, cujo avião foi vetado de sobrevoar e aterrissar em vários países europeus.

O vice-presidente Álvaro García Linera disse que o governo peruano, que preside temporariamente a União de Nações Sul-americanas (Unasul), coordena a convocação de uma reunião de emergência do bloco, mas que, por iniciativa própria, vários líderes decidiram fazer parte do encontro na Bolívia.

"Vários presidentes da América Latina estão se voluntariando para comparecer amanhã à cidade de Cochabamba a partir do meio-dia", afirmou García Linera em entrevista coletiva.

Os governantes pretendem abordar a crise diplomática iniciada depois que França, Itália e Portugal negaram o trânsito aéreo ou a aterrissagem do avião presidencial de Morales sob suspeitas de que ele pudesse ter a bordo o ex-técnico da CIA Edward Snowden.

García Linera disse que o presidente do Equador, Rafael Correa, entrou em contato por telefone há algumas horas para comentar esta iniciativa, que surgiu por "vontade própria" dos governantes.

"(Existe) a possibilidade de estarem presentes a presidente Cristina (Kirchner, da Argentina), talvez o presidente da Venezuela (Nicolás Maduro), o presidente do Uruguai (José Mujica). Veremos se outros presidentes comparecem em Cochabamba", acrescentou.

Morales, que retornava de Moscou após participar de uma reunião de países produtores de gás, precisou ficar no aeroporto de Viena por 13 horas depois que Portugal, França e Itália impediram o seu avião de aterrissar ou sobrevoar seus territórios, o que o governo boliviano qualificou como "sequestro".

Segundo o vice-presidente, amanhã haverá uma "reunião de reparação" a Morales e à América Latina, que "se sentiu indignada, lesada, maltratada" com este ato de "desprezo aos regulamentos internos dos voos internacionais" e "de ataque aos povos".

"O sequestro do presidente Evo foi um sinal de querer castigar a vontade dos povos, a integração continental, as grandes transformações soberanas construídas pelos povos que se libertam de impérios, de potências estrangeiras", disse.

García Linera acrescentou que "essas potências estrangeiras falharam", pois "o continente se mostra mais unido, o presidente Evo mais sólido e a Bolívia muito mais unida em defesa de sua soberania e de seus direitos".

Nas últimas horas, vários setores sociais leais ao governo expressaram solidariedade a Morales e criticaram os países europeus que impediram o trânsito do avião presidencial.

Estas organizações oferecerão a Morales um festa de recepção hoje à noite em La Paz, quando o presidente chegar ao país vindo de Fortaleza, última escala de um trajeto que o levou de Viena às Ilhas Canárias, na Espanha, de onde segue em direção ao Brasil.

EFE   
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