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Ataques aéreos em hospital de cidade síria matam médicos e crianças

28 abr 2016 - 17h04
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Ataques aéreos destruíram um hospital e mataram dezenas de pessoas em áreas dominadas por rebeldes na cidade síria de Aleppo, incluindo médicos e crianças, em ação que uma autoridade dos Estados Unidos disse parecer ter sido executada somente pelo governo sírio.

Foto: Reuters

Aleppo se tornou o epicentro de uma escalada militar que ajudou a minar as conversas de paz patrocinadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra nas últimas semanas, cujo objetivo é pôr fim à guerra de cinco anos.

O enviado da ONU, Staffan de Mistura, apelou aos presidentes dos EUA e da Rússia para que intervenham para preservar um cessar-fogo que "mal sobrevive". A trégua tem como meta criar uma oportunidade para as tratativas de paz e para a entrega de ajuda humanitária.

Seis dias de bombardeios em Aleppo, que está dividida em áreas controladas pelo governo e pelos rebeldes, mataram 200 pessoas, dois terços das quais do lado opositor, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que monitora o conflito.

A "deterioração catastrófica" em Aleppo nas últimas 24 a 48 horas ameaça a rota de entrega de suprimentos que sustentam milhões de sírios, disse Jan Egeland, chefe do conselho da força-tarefa humanitária da ONU. "Não conseguiria de maneira alguma expressar a dimensão dos riscos nas próximas horas e dias."

O Departamento de Estado norte-americano disse que o ataque aéreo sírio contra o hospital de Aleppo foi "repreensível" e pediu a Moscou que use sua influência para pressionar o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, a interromper a ofensiva.

"Mais uma vez pedimos ao regime para cessar estes ataques absolutamente sem sentido, que obviamente são violações da cessação das hostilidades", afirmou o porta-voz do Departamento John Kirby.

Uma fonte do mesmo organismo disse haver indícios de que o bombardeio ao hospital foi uma ação isolada de Damasco.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse que a Rússia tem a responsabilidade urgente de pressionar o governo de seu aliado Assad para que este detenha o ataque a civis e respeite o cessar-fogo.

Ao encerrar a rodada mais recente de conversas em Genebra, De Mistura disse que pretende retomá-las em maio, mas não forneceu uma data.

"Aonde quer que você esteja, ouve explosões de morteiros, bombas e aviões sobrevoando", contou Valter Gros, que chefia o escritório de Aleppo do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

"Não há bairro da cidade que não tenha sido atingido. As pessoas estão no limite. Todos aqui temem por suas vidas e ninguém sabe o que vem a seguir."

O Observatório disse que 31 pessoas morreram nos ataques aéreos em diversas áreas de Aleppo controladas pelos rebeldes nesta quinta-feira. Além disso, informou que pelo menos 27 pessoas foram mortas no ataque aéreo contra o hospital na noite de quarta-feira. Equipes de resgate apontam números maiores de vítimas.

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