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Ásia

Xi Jinping é nomeado presidente da China pelo Parlamento

14 mar 2013 - 09h31
(atualizado às 09h35)
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O Parlamento chinês elegeu nesta quinta-feira Xi Jinping para a presidência da República, uma formalidade para o novo chefe do Partido Comunista (PCC) e que conclui a transição iniciada em novembro passado no comando da segunda potência econômica mundial.

"Anuncio agora o camarada Xi Jinping como presidente da República Popular da China", declarou Liu Yunshan, um alto dirigente do PCC, que presidia a sessão da Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento).

Ao assumir o título de chefe de Estado, Xi Jinping, de 59 anos, representará de agora em diante a China no cenário internacional, contando com todas as prerrogativas do poder durante os próximos 10 anos.

Xi Jinping sucede a Hu Jintao à frente da segunda potência econômica mundial e terá Li Keqiang como primeiro-ministro, cuja designação pela ANP está prevista para sexta-feira.

Eleito para a liderança do PCC durante o 18º congresso do partido, em novembro, Xi Jinping assume automaticamente a presidência da república, pois todos os órgãos do Estado chinês estão submetidos ao Partido Comunista.

Ao som de música no imenso hall do Palácio do Povo, na Praça Tiananmen (Paz Celestial), no centro de Pequim, Xi Jinping, vestido com um terno preto e uma gravata vermelha, depositou em uma urna suas cédulas de voto, antes de retornar a sua cadeira ao lado de Li Keqiang.

Os altos dirigentes do regime fizeram fila com suas cédulas de voto.

A primeira viagem de Jinping ao exterior como presidente da República está prevista para o final de março, em visita oficial a Moscou, seguida por um giro pela África.

Ao contrário do antecessor, uma vez eleito secretário-geral do PCC, assumiu de modo imediato a presidência da poderosa Comissão Militar Central, o órgão dirigente do Partido Comunista sobre o Exército Popular de Libertação.

"Na memória recente não há outra figura comparável que tenha acumulado tal poder em tão pouco tempo", afirmou Willy Lam, especialista em política chinesa da Universidade de Hong Kong.

Mas, apesar dos títulos, Xi Jinping ainda está longe de ter carta branca e deve entrar em acordo com seus pares, já que o consenso dentro do Comitê Permanente do Bureau Político do PCC, seu órgão supremo, é uma regra.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, felicitou a eleição e desejou "relações mutuamente benéficas" entre os dois países. Há alguns meses, as relações entre os dois países não passam por um bom momento por um conflito territorial por ilhas situadas no mar da China Oriental.

A relação com Pequim é "uma das mais importantes" para o Japão, afirmou o secretário-geral do governo nipônico, Yoshihide Suga.

O presidente russo, Vladimir Putin, felicitou Xi e destacou a "associação estratégica" dos dois países, informou o Kremlin.

Durante uma conversa telefônica, Putin ressaltou a importância da visita do dirigente chinês e "destacou o interesse por ampliar a cooperação em todos os âmbitos e também por reforçar a cooperação na esfera internacional", destaca o Kremlin em um comunicado.

Primeiro dirigente nascido após a fundação do regime comunista chinês por Mao Tse Tung, em 1949, Xi Jinping é filho de um dos heróis da revolução e por este motivo é um dos "príncipes vermelhos" do país.

Xi Jinping se comprometeu em novembro a combater a corrupção crescente dentro do Partido Comunista e a melhorar a vida de uma população cada vez mais cética sobre a vontade do PCC de empreender reformas políticas.

A vice-presidência foi atribuída a um membro do gabinete político que tem fama de reformista, Li Yuanchao, que derrotou o favorito, Liu Yunshan, um conservador que comanda há 10 anos a propaganda e a ideologia.

A ANP deve concluir no sábado a designação dos novos dirigentes do Conselho de Estado (governo), antes de concluir os trabalhos no domingo, com o esperado discurso do novo presidente chinês.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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