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Ásia

Washington e Seul exigem que Coreia do Norte pare com ameaças nucleares

Os secretários de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, e da Coreia do Sul, Yun Byung-se, se reuniram nesta terça-feira em Whasington

2 abr 2013 - 22h28
(atualizado às 22h47)
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John Kerry e Yun Byung-se concederam entrevista coletiva em Washington nesta terça-feira
John Kerry e Yun Byung-se concederam entrevista coletiva em Washington nesta terça-feira
Foto: AP

O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, falou nesta terça-feira, ao lado de seu colega sul-coreano, Yun Byung-se, sobre a aliança entre Washington e Seul e sua frente comum diante das "inaceitáveis" ameaças do regime da Coreia do Norte. Kerry pediu que Pyongyang abandone suas ambições nucleares.

Em entrevista coletiva conjunta em Washington, o secretário de Estado quis deixar claro que a retórica e as ameaças de uma guerra aberta do regime comunista de Kim Jong-un são de "um nível extraordinário e inaceitáveis". Além disso, lembrou que, caso a Coreia do Norte reative o reator nuclear de Yongbyon, conforme foi anunciado, estará cometendo "uma violação direta" de suas obrigações internacionais e do compromisso de desmantelar o seu programa atômico, assinado em 2007.

"A Coreia do Norte deve deixar claro que está preparada para um diálogo sério sobre a desnuclearização, já conhecem os objetivos e os termos", disse Kerry em referência às conversas que envolvem os EUA, as duas Coreias, China, Rússia e Japão, para frear o programa nuclear de Pyongyang, suspenso desde o final de 2008.

Kerry lembrou que o presidente Barack Obama reiterou que os Estados Unidos estão prontos para retomar o diálogo com a Coreia do Norte, mas que para isso, o regime comunista deve mostrar sua "seriedade e o fim das provocações".

Desde a chegada de Lee Myung-bak ao governo da Coreia do Sul em 2008, renovado com a eleição no final de 2012 da governista Park Geun-hye, a Coreia do Norte vem quebrando os compromissos de desarmamento e elevou a tensão com o Sul e seus aliados americanos.

Kim Jong-un, que chegou ao poder após a morte de seu pai Kim Jong-il no final de 2011, manteve a retórica belicista, realizou um novo teste nuclear e de tecnologia balística, além de ameaçar atacar interesses dos EUA.

Para Kerry essas ameaças são "provocativas, perigosas e temerárias" e, apesar da limitada possibilidade de Pyongyang materializar suas advertências catastróficas, o governo de Obama "vem levando a sério" a atitude do jovem líder norte-coreano.

Neste sentido, Kerry defendeu os passos tomados pelos EUA, como o reforço de seus sistemas antimísseis no Pacífico, para demonstrar "que faremos o necessário para defender o nosso país e os nossos aliados sul-coreanos e japoneses". "Estamos totalmente preparados e somos capazes. Acho que a Coreia do Norte sabe disso", afirmou.

O ministro das Relações Exteriores sul-coreano considerou que a situação de segurança na Península de Coreia é "séria", depois do terceiro teste nuclear subterrâneo ocorrido há dois meses, e mostrou sua satisfação pelos planos conjuntos com Washington para dissuadir os norte-coreanos.

"Tanto Kerry como eu estamos de acordo que a Coreia do Norte deve abandonar sua retórica beligerante e suas ambições nucleares", disse Yun, que se mostrou positivo pelo fato de a China, aliado tradicional de Pyongyang, ter apoiado novas sanções no Conselho de Segurança da ONU.

Kerry opinou que as ambições nucleares da Coreia do Norte, com programas de plutônio e urânio, são uma ameaça para as políticas internacionais contra a proliferação e lembrou também o caso do Irã, que coopera nesta matéria com Pyongyang, apesar das sanções. "A última coisa que necessitamos no mundo é de mais nações nucleares", opinou o secretário de Estado.

Yun e Kerry repassaram suas relações em matéria comercial, depois da entrada em vigor o ano passado do Tratado de Livre Comércio, cooperação na mudança climática e em matéria de desenvolvimento nuclear civil.

Kerry disse que na reunião anterior com Yun trataram a revisão do acordo bilateral em matéria de cooperação para o desenvolvimento nuclear civil na Coreia do Sul, que pede apoio para enriquecer urânio em baixas concentrações para geração de energia.

"Damos as boas-vindas à emergente Coreia do Sul como líder em energia nuclear com fins pacíficos", disse Kerry, que lembrou que esta cooperação é uma amostra dos 60 anos de aliança estratégica com Seul, desde o fim da guerra que dividiu a península coreana em Norte e o Sul em 1953.

Infográfico mostra o alcance dos mísseis norte-coreanos
Infográfico mostra o alcance dos mísseis norte-coreanos
Foto: AFP
EFE   
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