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Ásia

Violência sectária em Mianmar deixa pelo menos 10 mortos e 27 feridos

21 mar 2013 - 09h46
(atualizado às 09h48)
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Pelo menos dez pessoas morreram, 27 ficaram gravemente feridas e vários edifícios foram incendiados durante um surto de violência sectária na região central de Mianmar, informou nesta quinta-feira a imprensa local.

As autoridades locais só confirmaram até agora quatro mortes, incluindo a de um monge budista, e afirmam que têm a situação controlada.

No entanto, um membro da opositora Liga Nacional pela Democracia afirmou que havia dez mortos e que as forças de segurança são insuficientes para restabelecer a ordem.

A polícia apontou que mais de 200 pessoas participaram ontem dos conflitos entre budistas e muçulmanos na cidade de Meiktila, na divisão de Mandalay, segundo o jornal "The Irrawaddy".

As autoridades impuseram na manhã desta quinta um toque de recolher na cidade para tentar conter a situação, depois que centenas de moradores começaram a abandonar a cidade nas primeiras horas do dia.

A revolta começou após uma discussão entre os donos de uma loja, ambos muçulmanos, e alguns clientes budistas.

A polêmica desencadeou enfrentamentos abertos entre membros de ambas as religiões e o incêndio de duas mesquitas, uma escola muçulmana, um escritório governamental e vários comércios, além de veículos.

As autoridades temem que os distúrbios se espalhem em outras partes do país, depois que no ano passado 163 pessoas morreram e mais de 100 mil acabaram em campos de refugiados pelos violentos enfrentamentos mantidos entre muçulmanos e budistas no Estado de Rakhine.

A maioria das pessoas amparadas em campos de refugiados em Rakhine pertencem à etnia rohingya, muçulmanos de origem bengali que nem o Governo de Mianmar (antiga Birmânia) e nem o de Bangladesh reconhecem a cidadania.

Apesar de ter se passado muito tempo, a situação em Rakhine ainda não voltou ao normal.

Após quase meio século de ditadura militar, Mianmar atravessa uma etapa de reformas democráticas ditadas por um Governo civil que instalou a última junta militar antes de se dissolver, em 2011.

EFE   
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