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Ásia

Tribunal começa a julgar membros do Khmer Vermelho ainda vivos

26 jun 2011 - 23h56
(atualizado em 27/6/2011 às 01h58)
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Os quatro dirigentes ainda vivos do regime do Khmer Vermelho começaram a ser julgados nesta segunda-feira pelos crimes cometidos pela organização maoísta há mais de três décadas no Camboja, onde causaram a morte de aproximadamente 2 milhões de pessoas. Envelhecidos e abandonados pelos guerrilheiros que ordenaram pulverizar o país, os três homens e a mulher que fizeram parte da cúpula liderada pelo líder Pol Pot enfrentam acusações de crimes de guerra, crimes contra a humanidade, homicídio e genocídio.

O caso se desenrola no tribunal internacional criado pelas Nações Unidas há cinco anos com a finalidade de fazer justiça às vítimas do regime, enquanto para as novas gerações de cambojanos as atrocidades dos anos 1970 é história. Os réus são o chefe de Estado do regime do Khmer Vermelho, Khieu Samphan, de 79 anos; o ideólogo e número dois da organização, Nuon Chea, de 84 anos; o ministro das Relações Exteriores da época, Ieng Sary, de 85 anos; e sua mulher e então ministra de Assuntos Sociais, Ieng Thirith, de 79 anos. Os quatro rejeitam as acusações.

A audiência inicial desta segunda-feira vai tratar questões legais, principalmente se Ieng Sary pode voltar a ser julgado, levando em conta que um tribunal nacional o condenou a morte à revelia por genocídio em 1979, mas depois concedeu anistia real em 1996. O tribunal internacional enfrenta o principal e mais complexo caso contra a cúpula do Khmer Vermelho imerso em uma crise pelas divisões internas sobre a conveniência de julgar a mais de suspeito ao mesmo tempo.

A corte emitiu sua primeira condenação em julho de 2010 de 35 anos de prisão para Kaing Guek Eav, conhecido como Duch, que dirigiu o centro de detenção e torturas do S-21 no qual 16 mil pessoas morreram, na mesma prisão e nos campos de extermínio de Choeung Ek, nos arredores da capital, Phnom Penh. O chefe do Khmer Vermelho, Pol Pot, morreu na floresta cambojana em 1998, prisioneiro de seus próprios correligionários.

Nuon Chea, ao centro, um dos quatro sobreviventes da elite do Khmer Vermelho, comparece a tribunal a ONU para julgamento
Nuon Chea, ao centro, um dos quatro sobreviventes da elite do Khmer Vermelho, comparece a tribunal a ONU para julgamento
Foto: AP
EFE   
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