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Ásia

Tóquio, Washington e Seul pedem a Pequim que apoie sanções contra Pyongyang

16 jan 2016 - 17h45
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Japão, Estados Unidos e Coreia do Sul pediram neste sábado à China que se una a eles para oferecer uma resposta coordenada e uma mensagem contundente perante o último teste nuclear que a Coreia do Norte realizou em 6 de janeiro.

O vice-ministro das Relações Exteriores japonês, Akitaka Saiki, o subsecretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o vice-chanceler sul-coreano, Lim Sung-nam, se reuniram hoje em Tóquio como amostra de sua determinação em colaborar para oferecer uma resposta rotunda às últimas ações do regime norte-coreano.

"A China rejeitou o quarto teste nuclear da Coreia do Norte, e esperamos que isto se reflita na resolução que será adotada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas", afirmaram os representantes de Relações Exteriores das três potências em entrevista coletiva conjunta oferecida após seu encontro.

Como membro permanente do comitê do organismo internacional e principal aliado diplomático e benfeitor econômico da Coreia do Norte, "esperamos que a China tome ações próprias e apoie completamente a cooperação e a colaboração entre nós", ressaltou Blinken.

A China faz parte junto com Japão, Estados Unidos, Coreia do Sul, Rússia e a própria Coreia do Norte, das estagnadas conversas de seis lados para a desnuclearização norte-coreana.

Pequim enviou há dois anos uma delegação a Pyongyang para que respondesse aos pedidos do grupo de retomar o diálogo, que se encontra paralisado desde 2009 após uma série de incidentes entre as duas Coreias.

"Agora temos sua resposta", destacou o subsecretário de Estado americano, para quem as ações do Norte "mostram o contrário do que a China e todos nós buscamos, e ameaça a estabilidade na região".

O teste nuclear subterrâneo anunciado no último dia 6 de janeiro por Pyongyang aumentou novamente a tensão na península coreana, gerando o protesto quase unânime da comunidade internacional e levando o Conselho de Segurança da ONU a meditar novas e mais duras sanções contra a Coreia do Norte.

O regime liderado por Kim Jong-un assegurou ter detonado pela primeira vez uma potente bomba de hidrogênio, embora a maioria de especialistas considere exagerada a afirmação e sustente que Pyongyang provavelmente detonou uma bomba de fissão potenciada.

O regime liderado por Kim Jong-un reiterou em várias ocasiões que o teste nuclear não tinha como objetivo nem "ameaçar" nem "provocar" ninguém, mas reconheceu que buscava em parte fazer frente aos atos hostis "rotineiros" dos EUA, a quem estendeu a mão em sua última declaração.

Na última hora da sexta-feira, a agência estatal de notícias norte-coreana "KCNA" divulgou um comunicado do Ministério das Relações Exteriores desse país no qual propunha a assinatura de um tratado de paz e oferecia a possível cessação de seus testes nucleares em troca de que EUA e Coreia do Sul abandonassem seus exercícios militares conjuntos.

Ao ser perguntado a respeito durante a entrevista coletiva de hoje, o subsecretário de Estado Blinken comentou que é "muito complicado" encarar "seriamente" as ofertas do regime norte-coreano levando em conta seu recente teste atômico.

"Há uma década que a Coreia do Norte não cumpre com suas obrigações com a comunidade internacional", argumentou Blinken, se referindo ao acordo de 2005 no qual Pyongyang aceitou abandonar seu programa nuclear em troca de concessões políticas e econômicas.

Neste período, a Coreia do Norte infringiu este tratado repetidamente (seus três testes nucleares anteriores foram realizados em 2006, 2009 e 2013), o que mostra que "suas ações vão no sentido completamente oposto".

Blinken ressaltou ainda que o Norte tem que "demonstrar" que sua oferta é uma proposta "séria", e devolveu a bola ao campo norte-coreano ao indicar que "é a vez deles".

EFE   
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