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Ásia

Japão: operários entram em reator de Fukushima

5 mai 2011 - 01h25
(atualizado às 09h35)
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Técnicos entraram no prédio do reator 1 da usina danificada de Fukushima Daiichi na quinta-feira pela primeira vez desde que uma explosão de hidrogênio arrancou o teto da estrutura um dia após o devastador terremoto seguido de tsunami de 11 de março.

Satélite mostra que o Japão, normalmente bem iluminado à noite (à esq., em foto de 2010), agora tem grandes áreas às escuras após o terremoto seguido de tsunami (à dir., imagem de 12 de março)
Satélite mostra que o Japão, normalmente bem iluminado à noite (à esq., em foto de 2010), agora tem grandes áreas às escuras após o terremoto seguido de tsunami (à dir., imagem de 12 de março)
Foto: Reuters

Altos níveis de radiação dentro do prédio vinham impedindo que a equipe entrasse para começar a instalar um novo sistema de resfriamento e finalmente controlar a usina, processo que a operadora Tokyo Electric Power (TEPCO) disse poder levar o ano todo.

O tremor de magnitude 9,0 e o enorme tsunami que o sucedeu mataram cerca de 14,8 mil pessoas, deixaram aproximadamente mil desaparecidos e destruíam dezenas de milhares de casas.

A sequência de acidentes também derrubou todos os sistemas de resfriamento da usina de Fukushima, localizada 240 km ao norte de Tóquio, levando ao maior vazamento de radiação desde o desastre de Chernobyl em 1986.

Duas equipes da TEPCO e 10 empreiteiros com vestes de proteção, máscaras e tanques de oxigênio trabalharam durante uma hora e meia, entrando e saindo em pequenos grupos para conectar dutos de tubulação a ventiladores que filtrarão 95 por cento do material radioativo no ar, disse um porta-voz da empresa.

"Iremos operar (os ventiladores) durante dois ou três dias. Depois disso planejamos iniciar o trabalho de instalação do sistema de resfriamento", informou o porta-voz Naoyuki Matsumoto.

A agência de segurança nuclear declarou mais tarde que o sistema de ventilação e os filtros já estão funcionando.

A TEPCO disse que os funcionários que realizaram o trabalho devem ter sido expostos a cerca de 3 millisieverts de radiação cada um durante a operação.

Pela lei japonesa, funcionários de usinas nucleares não podem ser expostos a mais de 100 millisieverts ao longo de cinco anos, mas para lidar com a crise de Fukushima o Ministério da Saúde aumentou o limite legal no dia 15 de março para 250 millisieverts em uma emergência.

Radiação de até 49 millisieverts por hora foi detectada dentro do prédio no dia 17 de abril, quando a TEPCO enviou um robô para analisar as condições.

Matsumoto não soube dar detalhes sobre os termos da contratação dos 10 empreiteiros, mas disse que estão sujeitos ao mesmo limite de 250 millisieverts por exposição à radioatividade dos outros funcionários da usina.

A TEPCO também disse em um relatório encaminhado à agência de segurança nuclear na quinta-feira não haver possibilidade de outra explosão de hidrogênio no reator 1 graças ao progresso no preenchimento do recipiente de contenção, um invólucro exterior de aço e concreto que sedia o recipiente do reator, com água.

Os trabalhadores vêm tentando preencher os reatores com água suficiente para levar as hastes de combustível nuclear em seu interior a um "desligamento a frio", no qual a água que os resfria está a menos 100 graus Celsius e os reatores são considerados estáveis.

Se a agência de segurança nuclear aprovar o relatório da TEPCO, a empresa disse que irá intensificar o ritmo no qual está bombeando água para acelerar o processo.

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