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Ásia

Começa busca por corpos perto da central nuclear de Fukushima

14 abr 2011 - 10h56
(atualizado às 11h52)
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A polícia japonesa começou nesta quinta-feira a buscar vítimas do tsunami do dia 11 de março na área ao redor da central nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, onde os técnicos continuam bombeando toneladas de água contaminada pela radiação.

Mais de 300 policiais, vestidos com uniformes e máscaras protetoras, começaram a varrer um raio de 10 km em torno da usina pela primeira vez desde o terremoto de magnitude 9 seguido de tsunami que devastou a região.

Depois da catástrofe na usina de Fukushima, as autoridades evacuaram a população residente em um perímetro de 20 quilômetros ao redor de suas instalações devido aos níveis altos de radiação.

No dia 3 de abril, a polícia concentrou suas buscas apenas na faixa situada entre 10 e 20 quilômetros da zona de exclusão.

"A busca começou às 10H00 (22H00 de Brasília de quarta) e terminará ao anoitecer", explicou um porta-voz da polícia da província de Fukushima.

"É difícil estimar a quantidade de pessoas desaparecidas na região. Precisamos encontrá-las o mais rápido possível", acrescentou.

"Se os corpos emitirem uma taxa alta demais de radioatividade, teremos que lavá-los antes de levá-los para o necrotério para a autópsia", indicou o porta-voz.

Segundo estimativas da polícia, 13.349 pessoas perderam a vida na tragédia, enquanto 14.867 ainda são consideradas desaparecidas.

Na central de Fukushima, atingida por uma onda de 14 metros de altura no dia 11 de março, que danificou o sistema elétrico e o sistema de resfriamento dos reatores, os funcionários da Tokyo Electric Power (Tepco) continuam bombeando a água radioativa que se infiltrou nas instalações e galerias subterrâneas.

"Até agora, já retiramos 700 toneladas de água da galeria do reator 2", declarou Takeo Iwamoto, porta-voz da Tepco.

"A retirada da água do interior e exterior das instalações durará semanas", destacou.

Os técnicos calculam que pelo menos 60.000 toneladas de água radioativa inundaram os subterrâneos, os canais e salas de máquinas de três dos seis reatores da central, dificultando o trabalho dos operários.

Esta delicada tarefa, complicada ainda mais pelos tremores secundários quase cotidianos que ainda abalam a região, é indispensável para que as obras de restabelecimento dos sistemas de resfriamento possam começar.

Desde 11 de março, já foram registradas mais de 400 réplicas do terremoto original de magnitude acima de 5.

Especialistas temem que as instalações da central, já prejudicadas pelas explosões e incêndios, sofram novos danos em consequências destes novos sismos.

A Tepco planeja remover as barras de combustível usado das piscinas de desativação dos reatores, e para isto vai usar um pequeno helicóptero teleguiado que vai verificar o estado dos núcleos.

Situada na costa do Oceano Pacífico, a usina de Fukushima é uma das mais antigas do Japão. Seu primeiro reator está em atividade desde os anos 70.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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