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Ásia

Especialista: não se sabe se Fukushima será pior que Chernobyl

13 abr 2011 - 11h14
(atualizado às 11h39)
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A falta de informação sobre a situação na central de Fukushima, no Japão, impede afirmar se seus efeitos serão piores que os do acidente de Chernobyl, na Ucrânia, segundo o especialista Abel González, membro da comissão de padrões de segurança da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

"O problema fundamental de Fukushima é que não temos toda a informação disponível", disse em entrevista à agência EFE o especialista, que foi um dos responsáveis pelo projeto internacional para avaliar os efeitos na saúde do acidente na central de Chernobyl, em 1986.

"Seria irresponsável dizer agora" se o desastre no Japão pode chegar a ter repercussões mais graves que o de Chernobyl, assegurou o especialista argentino.

Ele acrescentou que a política de comunicação em relação à crise no Japão "foi um desastre".

Inclusive se chegou a descumprir a convenção que obriga os países a informar sobre acidentes nucleares para minimizar seus efeitos além das fronteiras, ressaltou.

"Todo mundo fala da importância da comunicação além da fronteira entre Estados. A palavra 'importância' não é a que a adequada (...). Os Estados assinaram uma convenção que os obriga a fazer isso. Nesse caso não foi feito", disse González.

Enquanto os países são livres para aplicar suas próprias regras de segurança e a AIEA só pode fazer recomendações, "no caso de notificação, a convenção é clara", revelou.

Nesse sentido, assegurou que a sensação de desconhecimento sobre o que ocorre em Fukushima é generalizada e que ainda é necessário ter "informações fundamentais que", neste momento, já eram sabidas no caso de Chernobyl.

González ressaltou que "primeiro que é preciso entender a fundo o que aconteceu através de uma reunião técnica".

"Estou insatisfeito que as lições de Chernobyl não tenham sido aprendidas. Lá, pouco depois do acidente, foi feita uma reunião técnica para revisar o que ocorreu. Não uma reunião de ministros", disse em relação à conferência sobre segurança nuclear que a AIEA convocou para junho e que terá um caráter tanto político quanto técnico.

EFE   
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