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Ásia

Vizinhos do Japão temem ameaça de radiação de usina danificada

7 abr 2011 - 10h38
(atualizado às 11h03)
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Países vizinhos do Japão estão cada vez mais alarmados com o risco de radiação da usina nuclear danificada de Fukushima, enquanto dados mostraram que o número de visitantes estrangeiros no país caiu durante o que deveria ser o auge da estação turística.

O pior desastre nuclear do mundo em 25 anos também desperta preocupações com a segurança nos Estados Unidos, que tem mais reatores nucleares do que qualquer outro país, especialmente em uma usina semelhante à de Fukushima, comprometida pelo terremoto de magnitude 9,0 seguido de tsunami no mês passado.

Os engenheiros, que esta semana selaram um vazamento que permitia o escoamento de água altamente radioativa para o mar, agora bombeiam nitrogênio em um reator para evitar o risco de uma explosão de gás de hidrogênio.

A operadora Tokyo Electric Power Co (TEPCO) disse que as chances de repetição das explosões de gás que abalaram dois reatores nos primeiros dias da tragédia são "extremamente pequenas".

Mas enquanto os engenheiros enfrentam múltiplas crises ¿ algumas resultantes dos esforços para tentar resfriar os reatores ¿ autoridades admitem que pode levar meses para controlar os reatores e anos para limpar a sujeira tóxica na usina localizada a 240 quilômetros de Tóquio.

"Dados mostram que os reatores estão estáveis, mas não estamos fora de perigo ainda", disse o secretário-geral do gabinete, Yukio Edano, a repórteres.

O governo já criou uma zona de exclusão de 20 quilômetros ao redor da usina, proibiu a pesca em boa parte da costa nordeste e montou centros de desabrigados para as dezenas de milhares forçados a abandonar suas casas na esteira da crise.

Estima-se que 28 mil pessoas morreram ou estão desaparecidas desde então. O Ministério da Saúde da China disse que foram encontrados vestígios de radioatividade em espinafre em três províncias.

No início da semana, a Índia proibiu as importações de alimentos do Japão por três meses.

Na Coreia do Sul, algumas escolas foram fechadas porque familiares temiam que a chuva no país pudesse ser tóxica.

"Divulgamos um comunicado oficial hoje para que as escolas tentem evitar atividades externas", declarou uma autoridade de educação sul-coreana.

A agência de segurança nuclear da Coreia do Sul relatou uma pequena quantidade de iodo radioativo e partículas de césio na chuva no sul do país, mas disse não ser suficiente para se tornar um risco à saúde pública. Entretanto, muitos coreanos usaram máscaras faciais, e as ruas próximas das escolas de Seul ficaram mais congestionadas que o normal porque as famílias levaram seus filhos de carro ao invés de deixá-las caminhar.

"Estamos geograficamente mais perto do Japão do que outros como Estados Unidos e Europa. É inevitável que estejamos mais preocupados", afirmou o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, que criou uma força-tarefa ministerial para garantir a saúde pública e a segurança alimentar.

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