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Ásia

ONU precisará de 2 anos para visualizar efeitos de Fukushima

6 abr 2011 - 12h44
(atualizado às 13h25)
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Os efeitos na saúde humana e no meio ambiente das emissões radioativas do acidente nuclear de Fukushima (Japão) demorarão pelo menos dois anos para serem avaliados em profundidade, afirmou nesta quarta-feira em Viena o Comitê Científico da ONU sobre os Efeitos da Radiação Atômica (Unscear).

Wolfgang Weiss, presidente deste organismo, afirmou que, apesar da experiência acumulada em acidentes como o de Chernobyl (Ucrânia) e da informação que já se dispõe, a "situação nos reatores ainda é instável e ninguém sabe o que acontecerá amanhã".

"Temos muitas informações, mas nem sempre a que gostaríamos de ter", explicou o especialista alemão.

Weiss anunciou que o Unscear iniciará um programa de avaliação, com especial interesse nos trabalhadores que tentan controlar o problema da usina nuclear e que receberam radiações de entre 100 e 250 milisievert.

Além disso, serão analisados possíveis problemas à tireóide no caso de crianças, uma questão na qual Weiss reconheceu que "há risco".

"O único efeito provado após Chernobyl foi câncer de tireóide em crianças", declarou o responsável do Unscear.

Weiss ressaltou que os testes realizados pelas autoridades japonesas até agora mostram que nenhuma criança foi submetida a um nível de radiação superior ao "aceitável".

Malcolm Crick, secretário do Unscear, explicou em declarações à Agência Efe que dentro de dois anos será possível ter uma visão completa dos efeitos do acidente de Fukushima.

Crick esclareceu que os níveis de radiação emitidos por Fukushima são baixos e que ainda não é possível prever se trará prejuízos à saúde humana.

O funcionário do Unscear descreveu Fukushima como um "Chernobyl em câmara lenta", em que a radiação é menor, mas o período de emissão mais longo.

Em relação à gravidade do ocorrido em Fukushima, Weiss afirmou que se encontra abaixo do desastre de Chernobyl, mas acima do da usina de Three Mile Island (EUA), na qual em 1979 ocorreu um grande escapamento radioativo.

"Não é tão dramático quanto o de Chernobyl, mas é claramente muito mais grave que o de Three Mile Island. Está no meio, mas ainda não sabemos em qual nível. E ainda não acabou. É uma crise que ainda está em andamento", explicou Weiss.

EFE   
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