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Ásia

AIEA: radiação diminui em povoado perto de usina no Japão

1 abr 2011 - 16h55
(atualizado às 17h27)
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A radiação encontrada num povoado a 40 km da problemática usina atômica japonesa está caindo dia após dia, disse a agência de energia nuclear da ONU na sexta-feira, dois dias após ter alertado que o nível de contaminação excedia o critério para isolar o local. O comunicado de quarta-feira da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) tinha aumentado a pressão sobre o governo japonês para ampliar a zona de exclusão para além dos 20 km de raio a partir da usina de Fukushima.

Mas, apesar de as partículas de iodo radioativo detectadas no solo do povoado de Iitate estarem diminuindo, a agência disse que a situação geral em Fukushima permanece muito séria. O diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, afirmou que pode "levar mais tempo do que as pessoas pensam" para acabar com a crise e estabilizar a usina, que está vazando material radioativo desde que foi atingida pelo terremoto e o tsunami de 11 de março.

"Colocar um fim a essa crise vai levar alguma tempo, estabilizar os reatores vai levar mais tempo", disse ele em entrevista coletiva em Nairóbi. "Diria que vai levar mais tempo do que as pessoas pensam. Não será amanhã ou depois de amanhã." Na quarta-feira, a AIEA disse que a radiação medida no povoado a noroeste da usina tinha excedido os níveis recomendados e pediram que as autoridades japonesas "tratassem cuidadosamente" da situação lá.

A agência de segurança nuclear do Japão recusou um pedido do grupo ambientalista Greenpeace para ampliar a zona de isolamento, uma medida que obrigaria mais dezenas de milhares de pessoas a deixar suas casas. Mas na sexta-feira, uma autoridade da AIEA disse que amostras mais recentes do solo de Iitate mostraram um valor médio de 7 megabecquerels de iodo-131 por metro quadrado, ante os 20 megabecquerels anteriormente ¿ duas vezes acima do critério da AIEA para esvaziar um local.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11 de março de 2011, o Japão foi devastado por um terremoto de 9 graus, o maior da história do país. O tremor gerou um tsunami, arrasando inúmeras cidades e províncias da costa nordeste nipônica. Além dos danos imediatos, o país e o mundo convivem com o temor de um desastre nuclear nos reatores de Fukushima. Embora a situação vá se estabilizando, o desfecho e as consequências permanecem incertas.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram quase 9 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Os prejuízos materiais devem passar dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto e cortes de energia, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes, evacuar áreas de risco e, aos poucos, iniciar a reconstrução do país.

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