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Ásia

Premiê do Japão promete recursos para lidar com crise nuclear

1 abr 2011 - 10h47
(atualizado às 11h58)
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O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, disse nesta sexta-feira que está pronto para uma longa batalha até se controlar a usina nuclear atingida por um terremoto, mas está convencido de que seu país irá superar a pior crise nuclear do mundo desde o desastre de Chernobyl em 1986.

"Estou preparado para uma batalha longa por causa da usina nuclear de Fukushima, e para vencê-la", declarou Kan em transmissão de TV em rede nacional, passadas três semanas desde que um forte sismo e um tsunami desencadearam a crise.

"Não podemos dizer se a usina foi estabilizada o suficiente. Mas estamos nos preparando para todos os tipos de situação e estou convencido de que a usina pode ser estabilizada", disse Kan, prometendo um orçamento para o alívio dos danos do tremor até o final de abril.

Enquanto a Tokyo Electric Power Co (TEPCO), operadora da usina, tenta retomar o controle do complexo nuclear diante das críticas públicas crescentes e de uma enorme soma compensatória em potencial, há relatos de que o governo pretende reaver o controle das instalações.

Kan disse que o governo tem que apoiar a TEPCO "responsavelmente", já que esta tem obrigação de oferecer indenizações pelo acidente, mas afirmou querer que a empresa continue a "trabalhar duro como empresa privada".

O complexo pode ter que assumir valores compensatórios de até 130 bilhões de dólares, de acordo com um banco de investimentos norte-americano.

No devastado nordeste do país, muitos japoneses ainda veem somente os restos despedaçados de suas casas e vidas após o terremoto de magnitude 9,0 seguido do tsunami do dia 11 de março que deixou mais de 28 mil mortos e desaparecidos e danificou seis reatores nucleares.

A Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Japão (NISA na sigla em inglês) diz que a radiação pode estar vazando continuamente para o mar.

Radiação 4 mil vezes acima do limite legal foi detectada na água marinha perto da usina à medida que água contaminada usada para resfriar as hastes dos reatores vaza no oceano, e alto níveis de radiação fora da zona de exclusão de 20 km aumentaram a pressão para que o Japão amplie a área de restrição.

"Estão jogando água no que não conseguem ver e torcendo para que não saia mais radiação. Estão voando no escuro, pelo menos em parte", disse Ed Lyman, cientista sênior da União de Cientistas Preocupados, um grupo de vigilância nuclear dos Estados Unidos.

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