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Estados Unidos

Cerejeiras de Washington, símbolo da solidariedade com o Japão

1 abr 2011 - 10h06
(atualizado às 11h49)
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Há quase 100 anos, o Japão presenteou os Estados Unidos com três mil árvores em sinal de amizade e agora Washington demonstra sua fraternidade com o país ao transformar o Festival das Cerejeiras em uma reunião solidária após o terremoto de março.

Há 99 primaveras, a capital dos EUA se veste de rosa e branco para se despedir do inverno graças às mais de 3.700 cerejeiras que rodeiam alguns de seus monumentos mais emblemáticos.

O Festival Nacional das Cerejeiras, a celebração mais importante da primavera em Washington, se curvou neste ano ao Japão, após o devastador terremoto e o posterior tsunami que arrasaram a costa noroeste do país deixando em sua passagem mais de 27 mil mortos e desaparecidos.

"O festival conta este ano com um significado especial pela recente tragédia. Nossos corações estão com o povo japonês e o Japão está no coração do festival", disse à Agência Efe Danielle Piacente, diretora de comunicações do evento.

Um passeio a partir do Monumento a Washington até a Tidal Basin, a enseada que abriga as cerejeiras, inaugurou nos dias anteriores ao festival a campanha em favor das vítimas do terremoto, com o objetivo de recolher doações.

Do site "nationalcherryblossomfestival.org" é possível enviar dinheiro à Cruz Vermelha para contribuir para levantar o país atingido em poucos dias por um terremoto, um tsunami, e um acidente nuclear.

Uma das atrações mais bem-sucedidas do festival, depois das cerejeiras, é a curiosa lista de produtos que a cada ano são vendidos com dois motivos predominantes: as flores e a cor rosa.

Neste ano, parte da arrecadação obtida com a venda de alguns destes objetos será revertida ao povo do Japão, país que em 1912 doou três mil cerejeiras aos EUA como símbolo da amizade entre ambas as nações.

Espera-se que o festival deste ano supere o milhão e meio de visitantes da edição anterior, com 55% vindos da região metropolitana de Washington e 45% de outros pontos do país e do mundo.

"É o evento mais importante da primavera nos EUA. O festival significa muito para muita gente. Aqui vemos de tudo, inclusive casais que se pedem casamento, todo mundo se diverte muito", explica Piacente.

De fato, a enseada rodeada por alegres cerejeiras e presidida por ninguém menos do que Thomas Jefferson, um dos fundadores do país, é um cenário idílico para o "sim", para declarar o amor eterno, ou gritar "Feliz Aniversário!".

As flores das cerejeiras estão ao alcance das mãos, mas os membros do Serviço Nacional de Parques vigiam sem descanso para que as árvores conservem cada uma de suas folhas.

Um simpático castor, que também exerce o papel de mascote oficial do festival, avisa ao visitante da proibição com uma placa na qual se pode ler "não pegue as flores".

Para satisfazer aos que não se conformam em ver as cerejeiras uma vez ao ano na Tidal Basin, a organização do festival colocou à venda este ano, em colaboração com a Arbor Day Foundation, as espécies mais populares das plantas.

Assim, quem desejar poderá plantar em seu jardim suas próprias árvores, por um preço que oscila entre os US$ 6 e os US$ 16.

O Festival das Cerejeiras enche Washington durante 16 dias de cores, turistas, e eventos com sabor japonês, e o evento deste ano é uma forma de agradecer ao Japão o presente de amizade que entregou aos EUA há quase um século.

EFE   
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