Japão: detectada radioatividade em lençol d'água subterrâneo
31 mar2011 - 14h35
(atualizado às 17h29)
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Iodo radioativo foi descoberto num lençol d'água situado a 15 m sob a central nuclear acidentada de Fukushima, declarou na noite desta quinta-feira o operador do sítio, a Tokyo Electric Power (Tepco).
Mostra de água retirada na quarta-feira às 11h10 (23h10 de Brasília) sob o reator 1 da central revelou uma taxa de 430 becqueréis por cm3, precisou um porta-voz da empresa. Acrescentou que este nível era "10 mil vezes superior" à norma legal.
"Não há nenhuma dúvida que se trata de uma cifra elevada", destacou, não descartando, no entanto, a possibilidade de que essa taxa seja revista na sexta-feira. Iodo 131 também foi descoberto em grande quantidade na água do mar, perto da central Fukushima Daiichi (N°1).
A Tepco mediu nesta quinta-feira uma concentração de iodo radioativo 4.385 vezes superior à norma legal. Trata-se do nível mais importante desde o começo do acidente na central de Fukushima, desencadeado por um terremoto de magnitude 9 seguido de tsunami que provocaram uma pane nos sistemas de resfriamento dos reatores.
Para manter o combustível a uma temperatura inferior ao ponto de fusão, centenas de operários, bombeiros e soldados derramam dia e noite milhares de toneladas de água nos reatores. A consequência disto é que enormes quantidades de água contaminada se infiltram nas galerias subterrâneas e escorrem para o Oceano Pacífico, próximo.
Terremoto e tsunami devastam Japão
Na sexta-feira, 11 de março de 2011, o Japão foi devastado por um terremoto de 9 graus, o maior da história do país. O tremor gerou um tsunami, arrasando inúmeras cidades e províncias da costa nordeste nipônica. Além dos danos imediatos, o país e o mundo convivem com o temor de um desastre nuclear nos reatores de Fukushima. Embora a situação vá se estabilizando, o desfecho e as consequências permanecem incertas.