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Ásia

Radiação de Fukushima é detectada em Pequim e oeste da China

30 mar 2011 - 00h27
(atualizado às 03h23)
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Níveis baixos de iodo-131 radioativo procedente da usina nuclear japonesa de Fukushima Daiichi foram detectados pela primeira vez nas últimas horas em Pequim e em outras zonas do norte e do oeste da China, informou nesta quarta-feira a agência oficial Xinhua. Depois que no último sábado foi reportada no extremo nordeste do país a primeira presença deste material, áreas do sudeste e leste e agora do norte e oeste do país também registraram baixos níveis de iodo-131, segundo as medições do Comitê Nacional de Coordenação para Emergências Nucleares da China.

No total, 14 das 30 divisões administrativas do país asiático detectaram restos de iodo-131 no ar: Heilongjiang (nordeste), Jiangsu, Xangai, Zhejiang, Anhui (leste), Cantão, Guangxi (sudeste), Shandong, Tianjin, Pequim, Hebei, Henan (norte), Shanxi e Ningxia (noroeste).

As autoridades nucleares e sanitárias chinesas insistiram que as baixas concentrações do material não representam perigo para o meio ambiente e para a saúde pública. A contaminação radioativa na atmosfera da China atualmente equivale à que uma pessoa pode ser exposta ao viajar de avião por 2 mil km, assinalaram fontes sanitárias citadas pela agência Xinhua. Em Xangai, uma das primeiras grandes cidades chinesas onde foi registrada radiação proveniente de Fukushima, os especialistas assinalaram que as partículas "levarão entre dois e três meses para desaparecer", segundo o oficial Shanghai Daily.

A Agência de Supervisão da Radioatividade Meio Ambiental de Xangai assinalou que as partículas não chegaram impulsionadas pelos ventos, mas por "difusão atmosférica". Wang Mingxia, engenheiro desta agência, esclareceu também que o plutônio altamente radioativo detectado na terça-feira no solo da central japonesa não terá nenhum impacto fora da área de Fukushima, já que, "embora seja muito mais prejudicial que o iodo-131, afeta apenas as zonas próximas à usina".

Países como Estados Unidos, Finlândia, Islândia, França, Suécia, Suíça, Rússia, Coreia do Sul, Filipinas e Vietnã também detectaram nos últimos dias restos de iodo-131 no ar, em todos os casos níveis muito baixos.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11 de março de 2011, o Japão foi devastado por um terremoto de 9 graus, o maior da história do país. O tremor gerou um tsunami, arrasando inúmeras cidades e províncias da costa nordeste nipônica. Além dos danos imediatos, o país e o mundo convivem com o temor de um desastre nuclear nos reatores de Fukushima. Embora a situação vá se estabilizando, o desfecho e as consequências permanecem incertas.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 11,2 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Os prejuízos materiais devem passar dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto e cortes de energia, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes, evacuar áreas de risco e, aos poucos, iniciar a reconstrução do país.

info infográfico impacto saúde japão nuclear
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Foto: AFP
EFE   
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