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Ásia

Japão: agência pede a empresa que revise medições de radiação

27 mar 2011 - 22h15
(atualizado às 22h38)
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A Agência de Segurança Nuclear do Japão pediu à Tokyo Electric Power (Tepco) que revise seu sistema de medições após o erro cometido neste domingo, quando informou de um nível de radioatividade na usina de Fukushima de 10 milhões de vezes superior ao normal, que na realidade era de 100 mil, informou nesta segunda-feira (horário local) à rede NHK.

A Tepco, operadora de Fukushima Daiichi, disse que foi detectada uma concentração de radioatividade 10 milhões de vezes superior do que o normal na água que alaga parte dos subterrâneos do prédio de turbinas do reator 2.

Várias horas depois, a Tepco precisou que na realidade era de 100 mil vezes superior ao normal e pediu perdão por seu erro. Segundo a NHK, os operários da Tepco tentarão drenar água contaminada do reator 1, enquanto se teme que os esforços para refrigerar as unidades 2 e 3 atrasará, devido ao alto nível de radioatividade detectado.

Ontem foi identificada uma radiação de 1 mil milisievert à hora no reator 2, o que faz temer danos no núcleo do reator ou nos encanamentos que levam água radioativa entre as turbinas e o núcleo. As análises da Agência de Segurança Nuclear e a Tepco indicaram que água com altos níveis de radiação é encontrada nos prédios das turbinas das unidades 1, 2 e 3.

A Tepco pediu também a centros de pesquisa independentes que averiguem se as substâncias radioativas que saem de Fukushima contêm plutônio, algo que por enquanto não pôde detectar com seus próprios métodos.

O reator 3 da usina utiliza um combustível, MOX, que mistura urânio e plutônio, altamente tóxico. Fukushima Daiichi foi seriamente danificada pelo terremoto de 9 graus do dia 11 no nordeste do Japão e o tsunami gerado pelo tremor, com ondas de até 14 metros que alagaram a central.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 7 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso, os prejuízos já passam dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.

info infográfico número de usinas reatores no mundo
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Foto: Arte / Terra
EFE   
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