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Ásia

Japão: empresa nega radiação 10 mi de vezes maior em usina

27 mar 2011 - 10h39
(atualizado às 14h22)
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A empresa que controla a usina nuclear de Fukushima, no leste do Japão, negou neste domingo que os níveis de radiação na água localizada próxima do reator 2 da usina estejam 10 milhões de vezes acima do normal, como foi informado anteriormente. De acordo com a Tokyo Electric Power Company (Tepco), a água localizada abaixo do reator 2 certamente está contaminada, mas não no nível divulgado pela Agência de Segurança Nuclear japonesa. A Tepco informa que outra leitura da água está sendo feita.

Equipe do Terra presencia forte terremoto no Japão:

Devido ao suposto aumento no nível de radiação em Fukushima, os funcionários que tentavam bombear a água para fora do reator 2 foram retirados do local, para evitar a contaminação. Segundo a Agência de Segurança Nuclear, existe uma grande possibilidade de que a água radioativa esteja vazando diretamente de dentro do reator.

Água do mar

A Agência de Segurança Nuclear informou ainda que o nível de radiação na água do mar próximo à usina aumentou para 1.850 vezes acima do normal. Nesse sábado, o nível era de 1.250 vezes além do limite permitido em lei.

No sábado, a agência afirmou que estes níveis de radiação não trariam risco em um período superior a oito dias. No entanto, segundo repórter da BBC, o aumento da radioatividade em poucas horas já causa preocupação - ainda mais porque a origem do vazamento é desconhecida.

A identificação da origem do vazamento de água contaminada continua sendo a maior prioridade das equipes em Fukushima, afirmou a agência. Existe a suspeita de que a água radioativa esteja saindo dos reatores e indo diretamente ao mar.

Por outro lado, as autoridades dizem que os níveis de radiação no ar próximo à usina estão em queda. O governo também se desculpou pela falta de informações detalhadas para as pessoas que moram nas áreas mais próximas de Fukushima, mas afirmou que não existe necessidade imediata de estabelecer uma zona de evacuação no local.

Resfriamento

A Tepco afirma que continua trabalhando para restabelecer a energia elétrica e para religar o sistema de resfriamento nos reatores. No entanto, a companhia alega que os altos níveis de radiação no local estão tornando mais lento o progresso dos trabalhos.

Os trabalhadores da Tepco continuam bombeando água fresca para dentro dos reatores 1, 2, 3 e 4, na tentativa de conter o derretimento dos cilindros de material radioativo.

Pesquisa

Uma pesquisa realizada pela agência de notícias Kyodo, divulgada neste domingo, aponta que 58,2% dos entrevistados desaprova a maneira como o governo japonês respondeu à crise nuclear, enquanto 39,3% aprovaram as ações das autoridades.

Por outro lado, 57,9% das pessoas consultadas aprovam a maneira como o Estado lidou com a ajuda às vítimas do terremoto e do tsunami do último dia 11. Já foram confirmados 10,6 mil mortos pela tragédia. Os desaparecidos chegam a 18 mil.

Ainda segundo a pesquisa, o nível de aprovação do primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, chegou a 28,3%, um aumento de 8,4 pontos percentuais em relação ao levantamento passado, realizado antes do terremoto.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11 de março de 2011, o Japão foi devastado por um terremoto de 9 graus, o maior da história do país. O tremor gerou um tsunami, arrasando inúmeras cidades e províncias da costa nordeste nipônica. Além dos danos imediatos, o país e o mundo convivem com o temor de um desastre nuclear nos reatores de Fukushima. Embora a situação vá se estabilizando, o desfecho e as consequências permanecem incertas.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram 10,6 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Os prejuízos materiais devem passar dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto e cortes de energia, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes, evacuar áreas de risco e, aos poucos, iniciar a reconstrução do país.

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