Maioria dos japoneses desaprova gestão da crise nuclear
27 mar2011 - 06h41
(atualizado às 07h11)
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Cerca de 58% dos japoneses desaprovam a gestão de seu governo na crise nuclear de Fukushima frente a 39,3% que se mostram propícios, segundo uma pesquisa divulgada neste domingo pela agência Kyodo. O dado mostra que a maioria não aprova a gestão do Executivo no acidente nuclear na usina de Fukushima, provocado pelos efeitos do terremoto e posterior tsunami do dia 11 de março no Japão.
Por outro lado, 57,9% afirmaram estar de acordo com a maneira na qual o Governo do primeiro-ministro, Naoto Kan, está realizando os trabalhos de assistência às vítimas do terremoto e tsunami, que devastaram a costa nordeste japonesa.
O manejo da catástrofe natural permitiu que o parco índice de apoio a Kan tenha aumentado 8,4 pontos, para 28,3%, desde a última pesquisa, realizada em fevereiro, e apesar do desacordo dos cidadãos sobre a gestão da crise nuclear.
O porta-voz do governo japonês, Yukio Edano, um dos membros do Executivo mais visíveis durante a crise, disse em relação a estes dados que "fez-se todo o possível, embora entendemos que haja ainda gente que passe por dificuldades".
A crise nuclear da usina de Fukushima Daiichi se transformou para o governo japonês em uma dor de cabeça devido aos vazamentos de material radioativo em alguns de seus reatores, ainda pendentes de controlar. O governo japonês tem a intenção de aprovar medidas para enfrentar com o dinheiro dos cofres do Estado a maior parte do custo dos trabalhos de remoção de escombros e reconstrução nas regiões mais devastadas.
Terremoto e tsunami devastam Japão
Na sexta-feira, 11 de março de 2011, o Japão foi devastado por um terremoto de 9 graus, o maior da história do país. O tremor gerou um tsunami, arrasando inúmeras cidades e províncias da costa nordeste nipônica. Além dos danos imediatos, o país e o mundo convivem com o temor de um desastre nuclear nos reatores de Fukushima. Embora a situação vá se estabilizando, o desfecho e as consequências permanecem incertas.