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Ásia

Kan nomeia ex-ministro dos Transportes para gerir crise nuclear

26 mar 2011 - 05h37
(atualizado às 06h45)
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O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, nomeou neste sábado o ex-ministro dos Transportes Sumio Mabuchi seu assessor especial para a gestão da crise na usina nuclear de Fukushima, onde o governo tenta fazer com que a situação "não deteriore mais". Em entrevista coletiva, o porta-voz do governo, Yukio Edano, anunciou a nomeação de Mabuchi, ministro entre setembro de 2010 e janeiro deste ano, e disse que procura reforçar a gestão das operações para controlar a central de Fukushima.

O porta-voz do governo manifestou que Mabuchi, de 50 anos, foi "muito ativo" nesta crise, que definiu como um desastre "sem precedentes" no Japão. Edano aproveitou para repassar a situação na central de Fukushima, seriamente danificada pelo terremoto e o subsequente tsunami do dia 11, e lembrou que houve alguns avanços, como a restituição parcial da iluminação em algumas salas de controle e a injeção de água doce nos reatores, em lugar de água do mar.

"Mas ainda não podemos dar uma previsão", acrescentou, antes de insistir na necessidade de a empresa operadora da central, a Tepco, oferecer informações de forma ágil e precisa à Agência de Segurança Nuclear do Japão. "Sem esta informação é muito difícil para o Governo tomar medidas, além do que pode gerar uma desconfiança entre a população e entre os trabalhadores da central", disse.

O porta-voz do governo reiterou ainda que os níveis de radiação detectados em algumas verduras cultivadas em zonas próximas à usina nuclear "não representam uma ameaça imediata para a saúde".

Na usina de Fukushima os operários trabalham há 15 dias para controlar as unidades 1, 2, 3 e 4, com lançamentos de água para diminuir a temperatura dos reatores e de suas piscinas de combustível e realizam operações para restabelecer a eletricidade e desta forma reativar seus sistemas de resfriamento.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11 de março de 2011, o Japão foi devastado por um terremoto de 9 graus, o maior da história do país. O tremor gerou um tsunami, arrasando inúmeras cidades e províncias da costa nordeste nipônica. Além dos danos imediatos, o país e o mundo convivem com o temor de um desastre nuclear nos reatores de Fukushima. Embora a situação vá se estabilizando, o desfecho e as consequências permanecem incertas.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 10 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Os prejuízos materiais devem passar dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto e cortes de energia, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes, evacuar áreas de risco e, aos poucos, iniciar a reconstrução do país.

info infográfico evacuação japão
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Foto: AFP
EFE   
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