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Ásia

AIEA: técnicos feridos em usina no Japão terão alta em breve

25 mar 2011 - 18h19
(atualizado às 18h42)
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Dois técnicos hospitalizados por radiação sofrida na usina nuclear danificada no Japão podem ter alta hospitalar em breve, disse a agência atômica da Organização das Nações Unidas (ONU), mas ainda não se sabe qual é a fonte exata da água contaminada que os prejudicou.

info infográfico formação tsunami
info infográfico formação tsunami
Foto: AFP

Enquanto lutavam para resfriar um dos reatores mais críticos da usina, na quinta-feira, os dois operários e um colega foram expostos a níveis de radiação 10 mil vezes acima do previsto, fato que levou ao receio de que exista um vazamento no invólucro do núcleo do reator. "Segundo informações que recebemos do Japão, eles provavelmente terão alta na segunda-feira. Desde minha perspectiva médica, se eles têm algo sério não terão alta na segunda", disse Rethy Chem, diretor de saúde humana da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em entrevista coletiva na sexta-feira.

Chem disse que é exagero descrever como queimaduras as lesões que os homens sofreram nos pés, mas que está claro que foram contaminados. Acredita-se que os técnicos, que trabalhavam em uma sala de turbinas, tenham ignorado os alarmes em seus equipamentos de monitoramento da radiação.

O reator em que eles trabalhavam, o número 3 (de seis ao todo), é o único a usar plutônio em seu misto de combustível, sendo portanto mais tóxico que os outros, que empregam apenas urânio. O Japão pediu uma investigação para averiguar a razão do aparecimento repentino de níveis tão altos de radiação.

Mais de 700 engenheiros vêm trabalhando em turnos para estabilizar a usina danificada por um terremoto e um tsunami. "Pouca coisa mudou na usina Fukushima Daiichi nas últimas 24 horas. Algumas tendências positivas continuam, mas restam áreas de incerteza que causam preocupação séria", disse um alto funcionário da AIEA, Graham Andrew.

Autoridades nucleares japonesas sugeriram que o recipiente de pressão da unidade poderia ter sido danificado, porém mais tarde minimizaram esse risco. Indagado como é possível que radiação esteja saindo da usina se não houve danos ao receptáculo do reator, Andrew disse que ela pode estar vindo do vapor emitido pela usina superaquecida.

Ele disse que a radiação parece estar vindo do núcleo de combustível altamente radiativo, e não dos tanques que contêm combustível usado na usina, que também são motivos de preocupação.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11 de março de 2011, o Japão foi devastado por um terremoto de 9 graus, o maior da história do país. O tremor gerou um tsunami, arrasando inúmeras cidades e províncias da costa nordeste nipônica. Além dos danos imediatos, o país e o mundo convivem com o temor de um desastre nuclear nos reatores de Fukushima. Embora a situação vá se estabilizando, o desfecho e as consequências permanecem incertas.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram quase 9 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Os prejuízos materiais devem passar dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto e cortes de energia, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes, evacuar áreas de risco e, aos poucos, iniciar a reconstrução do país.

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