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Ásia

Trabalhadores de Fukushima ficarão 4 dias em observação médica

25 mar 2011 - 10h13
(atualizado às 11h12)
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Dois dos três operários feridos em um reator da usina nuclear de Fukushima, danificada pelo terremoto do último dia 11, ficarão sob observação médica por quatro dias, confirmou nesta sexta-feira em Viena a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Funcionários que tiveram contato com água contaminada por radiação são escoltados por colegas ao hospital de Fukushima
Funcionários que tiveram contato com água contaminada por radiação são escoltados por colegas ao hospital de Fukushima
Foto: AP

Em comunicado, a agência nuclear da ONU lembra que esses três trabalhadores, após se detectar que estavam submetidos a elevada radiação, foram evacuados do lugar, o que forçou a suspensão nesta quinta-feira dos trabalhos na unidade 3 da usina.

"Os três operários eram trabalhadores contratados que estavam conectando cabos no edifício de turbinas da unidade do reator 3. Em dois deles, detectou-se radioatividade em seus pés e pernas", indica a nota.

Para tentar limpá-los da radiação, ambos foram banhados, mas desde então se mantém a possibilidade de uma queimadura de raios Beta na pele, acrescenta a Aiea.

A Aiea explica que os dois trabalhadores foram submetidos a monitoração no Hospital da Universidade de Fukushima, e transferidos em seguida ao Instituto Nacional de Ciências Radiológicas do Japão, onde devem permanecer sob observação por quatro dias.

"Cogitou-se a hipótese de os trabalhadores terem ignorado os alarmes de seus medidores de radiação por acreditar que os dados eram falsos e terem continuado trabalhando com os pés fundos em água contaminada", assinala o organismo.

Segundo a nota, a Agência de Segurança Nuclear (Nisa) do Japão determinou à Tokyo Electric Power Company (Tepco) - empresa operadora do complexo atômico de Fukushima - que revise imediatamente o sistema de controle de radiação para evitar incidentes similares no futuro.

"Às 19h30 pelo horário japonês (7h30 de Brasília) de 24 de março, o número de trabalhadores na usina de energia nuclear Fukushima Daiichi, onde se tinha detectado radiação maior a 100 milisievert, totalizou 17. Os 14 restantes são funcionários da Tokyo Electric Power Company", conclui a nota.

Em comunicado anterior, publicado nesta quinta-feira à noite, a Aiea reconheceu que, apesar de haver certos avanços nos trabalhos para melhorar a situação dos seis reatores de Fukushima, aumentou também a preocupação quanto à contaminação radioativa no entorno, nos animais e na água. Em resumo, a situação continua sendo "muito séria".

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11 de março de 2011, o Japão foi devastado por um terremoto de 9 graus, o maior da história do país. O tremor gerou um tsunami, arrasando inúmeras cidades e províncias da costa nordeste nipônica. Além dos danos imediatos, o país e o mundo convivem com o temor de um desastre nuclear nos reatores de Fukushima. Embora a situação vá se estabilizando, o desfecho e as consequências permanecem incertas.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 10 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Os prejuízos materiais devem passar dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto e cortes de energia, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes, evacuar áreas de risco e, aos poucos, iniciar a reconstrução do país.

EFE   
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