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Ásia

Radiação acima do limite é detectada em alimentos, diz Japão

22 mar 2011 - 15h34
(atualizado às 15h59)
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As autoridades japonesas detectaram a presença de substâncias radioativas acima dos limites legais no brócolis e no leite não pasteurizado procedentes de áreas próximas à usina nuclear danificada pelo terremoto no Japão, informou a imprensa local nesta quarta-feira.

info infográfico situação crítica fukushima
info infográfico situação crítica fukushima
Foto: AFP

O leite contaminado foi registrado na província de Ibaraki e o brócolis foi encontrado em Fukushima, local da usina nuclear danificada, informou a agência de notícias Kyodo News, não dando mais detalhes.

O anúncio ocorre em meio ao aumento das preocupações no Japão sobre a segurança dos alimentos do país, depois que os sistemas de resfriamento do combustível nuclear foram danificados na usina de Fukushima 1 com o terremoto seguido de tsunami ocorrido em 11 de março.

A França pediu à Comissão Europeia que imponha "controles sistemáticos" nas importações de produtos frescos vindos do Japão para a União Europeia, em meio a temores de contaminação nuclear, informou o Ministério da Agricultura em Paris nesta terça-feira.

O temor de uma contaminação radioativa persiste nos últimos dias no Japão, já que as autoridades não descartam o risco na avariada central de Fukushima, cujos resíduos ameaçam os produtos procedentes do mar. O ministério da Saúde pediu aos municípios de Chiba e Ibaraki, ao leste de Tóquio, que intensifiquem os controles dos peixes e moluscos pescados nas costas das localidades.

Na segunda-feira foram detectados índices de iodo 131 e de césio 134, 126,7 e 24,8 vezes mais elevados, respectivamente, que os fixados pelo governo, em análises das águas do mar próximas de Fukushima, 250 km ao norte da megalópole de Tóquio e de seus 35 milhões de habitantes.

A empresa Tokyo Electric Power (Tepco), que administra as centrais nucleares, afirma no entanto que estes níveis de radioatividade não constituem uma ameaça para a saúde das pessoas.

A Agência de Pesca informou que os pescadores ainda não conseguiram retornar ao trabalho, 11 dias depois da destruição de barcos e portos pelo tsunami provocado pelo terremoto de nove graus de magnitude.A catástrofe, a mais grave no Japão desde a Segunda Guerra Mundial, deixou 22 mil mortos e desaparecidos, incluindo 9.079 falecimentos confirmados, segundo o balanço provisório mais recente.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11 de março de 2011, o Japão foi devastado por um terremoto de 9 graus, o maior da história do país. O tremor gerou um tsunami, arrasando inúmeras cidades e províncias da costa nordeste nipônica. Além dos danos imediatos, o país e o mundo convivem com o temor de um desastre nuclear nos reatores de Fukushima. Embora a situação vá se estabilizando, o desfecho e as consequências permanecem incertas.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram quase 9 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Os prejuízos materiais devem passar dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto e cortes de energia, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes, evacuar áreas de risco e, aos poucos, iniciar a reconstrução do país.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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