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Ásia

Japão diz que nível de radiação não subiu apesar de fumaça em reator

Japão garante que nível de radiação não subiu após fumaça

21 mar 2011 - 07h29
(atualizado às 09h12)
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O governo japonês assegurou nesta segunda-feira que a radiação em torno do reator 3 da central de Fukushima não aumentou, apesar da fumaça detectada nessa unidade, e proibiu a venda de leite e espinafre em quatro províncias próximas à usina. O ministro porta-voz, Yukio Edano, explicou que está sendo investigada a origem da fumaça acinzentada vista às 15h55 do horário local (3h55 de Brasília) na unidade 3 e insistiu que as medições não mostram um aumento significativo da radiação desde essa hora.

Fumaça é vista em reator de Fukushima, mas níveis de radioatividade seguem normais
Fumaça é vista em reator de Fukushima, mas níveis de radioatividade seguem normais
Foto: AP

Anteriormente, um porta-voz da empresa Tepco, operadora da central, havia assinalado que também não há mudanças na pressão do reator, embora por segurança tenha sido determinada a retirada dos trabalhadores nessa área da usina, enquanto se investiga a situação. A fumaça sai do local onde se encontra a piscina de combustível nuclear, mas não se sabe se provém do interior, segundo a Tepco, que acrescentou que não foi registrada nenhuma explosão e descartou um curto-circuito como causa.

Enquanto se trabalha para controlar a situação na central de Fukushima, o governo proibiu a distribuição de leite e espinafre procedentes dessa província e de algumas regiões vizinhas após ser detectada contaminação por radiação. As províncias afetadas pela restrição são, além de Fukushima, Gunma, Ibaraki e Tochigi, segundo Edano.

O período de tempo em que a proibição ficará em vigor dependerá do controle dos níveis de radiação: "Primeiro teremos que solucionar a situação na usina nuclear", disse. O porta-voz do governo reiterou que o nível de contaminação detectado até agora em leite e espinafre não representa um risco imediato para a saúde, exceto se os alimentos forem consumidos por um período prolongado de tempo, e destacou que a proibição de sua venda é "uma medida de precaução".

Edano também disse que o Ministério de Agricultura aplicará medidas para evitar que os preços desses produtos disparem e serão estudadas compensações para os agricultores afetados. As indenizações "dependerão do quanto durar a restrição de venda. Dado que a medida se deve ao acidente (em Fukushima), assumimos que a Tepco será a principal responsável", assinalou.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 8,6 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso, os prejuízos já passam dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.

EFE   
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