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Ásia

Com serviço especial de ônibus, moradores deixam Sendai

20 mar 2011 - 17h56
(atualizado às 18h52)
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ISABEL MARCHEZAN
MARCELO DO Ó
RICARDO MATSUKAWA
Direto de Sendai

Sofrendo com a falta de gás, eletricidade e gasolina, moradores de Sendai buscam deixar a cidade - mesmo quem não foi diretamente afetado pelo tsunami que devastou a região litorânea da maior cidade da província de Miyagi, no Japão.

Um serviço de ônibus especial foi acionado, com veículos saindo de 20 em 20 minutos, aproximadamente, do centro da cidade em direção à vizinha Yamagata. A fila de espera para embarcar era de cerca de uma hora na manhã deste domingo, quando o casal Koji e Masako Shimoyama aguardava o transporte, com a filha Tamaki, 6 meses. Eles rumaram para a província de Aomori, no norte do país. "Vamos passar umas duas semanas com meus pais, pois está difícil viver sem gasolina", explicou Koji, que é professor de engenharia aeroespacial da universidade de Tohoku - cujas aulas estão suspensas até abril.

A ameaça da energia nuclear também preocupa Masako, especialmente por causa do bebê, e é mais um motivo para ir para longe da costa Nordeste. "Vejo as notícias na TV e fico preocupada com ela", disse.

Masako fazia compras com a filha quando o tsunami atingiu Sendai. Estava dentro do carro quando a onda chegou. "Tive de segurar o bebê no alto por causa da água. Consegui sair do carro, mas a água o levou. Não sabemos onde foi parar" contou ela, que se refugiou por três dias em um abrido até voltar para casa. O casal, no entanto, não teve outros prejuízos com a inundação.

"O número de passageiros aumentou muito, especialmente para Tóquio. Mas a maioria vai mesmo para Yamagata", afirmou Yumiko Kato, funcionária da companhia de ônibus responsável por organizar a fila de passageiros. A passagem para Yamagata custa 900 ienes (cerca de R$ 19).

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 7 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso, os prejuízos já passam dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.

Terra no Japão

Os enviados do Terra percorrem as áreas devastadas no Japão. Fale com eles na fanpage do portal no Facebook e no perfil @terranoticiasbr do Twitter.

Fonte: Terra
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