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Ásia

Rotina dos moradores de Tóquio muda após terremoto

18 mar 2011 - 09h00
(atualizado às 09h09)
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ISABEL MARCHEZAN
MARCELO DO Ó
RICARDO MATSUKAWA
Direto de Tóquio

Uma semana depois do terremoto de 9 graus na escala Richter que abalou o Japão, Tóquio vive dias incomuns. O comércio fecha mais cedo, e muitas lojas e restaurantes sequer abrem as portas. As cenas tradicionais da avalanche de pedestres no bairro comercial de Shibuya desapareceram, assim como o trânsito caótico da capital japonesa. Filas de carros, só nos postos de combustível - alguns dos quais limitam a compra de gasolina por veículo. Também sumiram os carros das locadoras de automóveis.

Veja o que mudou no dia a dia dos moradores de Tóquio:

André Reis, intérprete da equipe de reportagem do Terra, contatou mais de 20 locadoras de veículos até achar um automóvel que leve os jornalistas para o norte do país. "Como o transporte público funciona muito bem, muita gente não tem carro. Mas agora, na pressa de sair da cidade, muitas vezes levando parentes idosos, todos alugam", explicou ele.

"Estamos passando por uma situação difícil, mas temos de ter fé, seguir adiante e voltar a ter uma vida normal. Estou feliz porque os tios da minha mãe, que moram na região afetada, estão bem", disse a estudante Miki Ishino, que chegava para as aulas no colégio Aoyama na manhã de sexta-feira com o colega Riko Tezeri. "Uma amiga da minha mãe mora numa região afetada. Ela estava grávida e, devido à tragédia, perdeu o bebê", contou o menino.

Cartazes feitos à mão pedem desculpas pelas portas fechadas, sem data para reabrir, como no café Flambeau, aberto há poucos dias no bairro de Aoyama. Outros justificam a redução de quatro horas no horário de funcionamento - lojas que fechavam às 22h atualmente encerram as atividades às 18h - devido ao racionamento de energia.

De tradicional, ainda se veem as máscaras cirúrgicas típicas da primavera que se aproxima - cujo uso cresceu pelo medo da radiação - e mania das meninas japonesas de se vestir de boneca.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 5,4 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso, os prejuízos já passam dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.

Terra no Japão

Os enviados do Terra percorrem as áreas devastadas no Japão. Fale com eles na fanpage do portal no Facebook e no perfil @terranoticiasbr do Twitter.

Fonte: Terra
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