AIEA solicita ao Japão mais informações sobre crise nuclear
18 mar2011 - 02h39
(atualizado às 03h23)
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O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, solicitou ao governo do Japão nesta sexta-feira mais informações sobre a crise na usina nuclear de Fukushisma e disse que analistas da agência vigiarão as radiações na central.
Amano reivindicou ao Japão colaboração com a comunidade internacional durante um encontro com o primeiro-ministro da nação asiática, Naoto Kan, que por sua vez se comprometeu a divulgar mais detalhes sobre a crise nuclear, segundo informou a agência local Kyodo.
Kan também indicou a Amano, de nacionalidade japonesa, que seu país fará todos os esforços possíveis para superar a situação atual, diante do alarme criado em todo o mundo pelo risco de uma catástrofe nuclear em Fukushima.
O chefe da AIEA chegou nesta sexta a Tóquio para acompanhar de perto a crise e obter informações em primeira mão a respeito dos esforços dos técnicos para controlar as radiações na central de Fukushima, muito danificada após o terremoto e posterior tsunami do dia 11.
Amano não deverá visitar Fukushima, mas indicou que analistas do organismo se encarregarão de vigiar a radiação emitida pela usina, que segundo técnicos japoneses registrou queda nas últimas horas.
Amano se reuniu em Tóquio nesta sexta-feira com o primeiro-ministro e com o titular da pasta de Relações Exteriores, Takeaki Matsumoto, que admitiu ser preciso explicar a atual situação internamente e no exterior "com transparência".
Neste encontro, Yukiya Amano reivindicou ao Japão se aproximar mais do organismo da ONU, e assegurou que a comunidade internacional está disposta a ajudar Tóquio neste momento difícil.
Na quinta-feira, a AIEA indicara desde Viena que a situação nos reatores danificados de Fukushima era "muito séria", mas que não havia piorado desde quarta.
Terremoto e tsunami devastam Japão
Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.
Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 5,4 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso, os prejuízos já passam dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.