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Ásia

AIEA diz que situação em Fukushima é muito séria, mas estável

17 mar 2011 - 13h22
(atualizado às 15h20)
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A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou nesta quinta-feira que a situação nos reatores danificados da usina nuclear japonesa de Fukushima continua sendo "muito séria", embora não tenha piorado desde quarta-feira.

Graham Andrew, assessor do diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, declarou à imprensa que a situação no reator 4 da urina é a "de maior preocupação", já que não se sabe nada sobre o nível de água nos reservatórios de combustível nuclear.

Além disso, não se sabe nada sobre a temperatura da água nos reservatórios desde o dia 14 de março e os especialistas da AIEA não descartam que esteja fervendo.

De acordo com os dados da agência nuclear da ONU, a situação dos reatores 1, 2 e 3 é "relativamente estável", disse Andrew.

Em todo caso, o especialista da AIEA advertiu que ainda é "muito cedo" para poder dizer que há esperança para Fukushima.

"É provável que (a situação) não tenha piorado, mas ainda é possível que piore. Não quero especular", manifestou o assessor de Yukiya Amano, que se encontrava nesta quinta-feira a caminho do Japão, onde quer visitar pessoalmente o local.

Em paralelo, Elena Buglova, responsável do centro da Emergência e Incidentes da AIEA, confirmou que dois funcionários da usina estão doentes.

De acordo com Buglova, as doenças não se devem só à radiação mas possivelmente também às explosões ocorridas na usina nos últimos dias.

"É muito cedo para julgar a origem dos danos à saúde", precisou o especialista.

Apesar do acontecido no Japão, Andrew qualificou como "injusto" dizer que a AIEA foi muito complacente com os padrões de segurança desde a catástrofe de Chernobil em 1986.

"A energia nuclear tem um histórico invejável de segurança, se comparada com as mortes de outros setores energéticos", manifestou Andrew.

"O problema é que a probabilidade de ter um evento como este é relativamente baixo, mas as consequências podem ser muito elevadas", acrescentou o especialista.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 5,4 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso, os prejuízos já passam dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.

EFE   
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