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Ásia

Caminhões de água tentam resfriar reator 3 de Fukushima

17 mar 2011 - 08h55
(atualizado às 12h29)
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As equipes de emergência do complexo nuclear de Fukushima começaram nesta quinta-feira a utilizar caminhões com canhões de água para tentar resfriar o reator 3 da usina, horas depois de dois helicópteros jogarem água do mar sobre o local. Segundo a emissora de televisão pública NHK, vários caminhões das Forças de Autodefesa e da Polícia com canhões de água começaram as operações na unidade 3, onde os esforços se concentram em reduzir a temperatura da piscina de combustível.

info infográfico evacuação japão
info infográfico evacuação japão
Foto: AFP

Além disso, os responsáveis da empresa Tepco, operadora da usina, trabalham contra o relógio para devolver eletricidade à central e assim reativar, pelo menos parcialmente, o sistema de refrigeração do complexo, danificado pelo terremoto e posterior tsunami do último dia 11.

Nesta manhã, helicópteros militares lançaram toneladas de água do mar sobre a usina, sem que isso conseguisse reduzir os altos índices de radiação da zona, informou a Tepco. O nível de radiação ao redor da central, onde se encontram cerca de 50 funcionários, chegava nesta quinta-feira a 3 mil microsievert por hora - enquanto o patamar considerado seguro para a saúde humana é de 1 mil microsievert por ano.

O governo do Japão, no entanto, afirma que não há planos de ampliar o perímetro de segurança além do raio já estabelecido de 20 quilômetros da usina de Fukushima e da orientação para aqueles que vivem entre 20 e 30 quilômetros de não saírem de suas casas, fecharem as janelas e evitarem usar os aparelhos de ar-condicionado.

A Agência de Segurança Nuclear do Japão destacou que a prioridade é resfriar com a água suficiente os reatores 3 e 4, e especialmente suas piscinas de combustível atômico. Estas servem para guardar o combustível já utilizado submerso em água a fim de evitar superaquecimento. Se o nível de água diminuir, a alta de temperatura pode chegar a provocar fogo e, portanto, nuvens de material radioativo.

Segundo os ocupantes de um dos helicópteros militares que sobrevoaram a área, ainda era possível ver água na piscina da unidade 4, indicou a Tepco. Por isso, o reator 3 foi considerado prioritário. As piscinas dessas duas unidades estavam situadas perto do teto do edifício que abrigava os reatores, mas este ficou seriamente danificado por causa de explosões de hidrogênio.

O governo do Japão evacuou mais de 200 mil pessoas em um raio de 20 quilômetros em torno da central. A embaixada dos Estados Unidos no Japão, por sua vez, recomendou nesta quinta-feira aos cidadãos americanos em um raio de 80 quilômetros da usina que abandonem a área.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 5,4 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso, os prejuízos já passam dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.

EFE   
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