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Ásia

Radiação é "extremamente alta" no reator 4, diz órgão dos EUA

16 mar 2011 - 15h46
(atualizado às 17h51)
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A piscina de armazenamento de combustível usada no reator 4 da usina nuclear japonesa de Fukushima não tem mais água, o que gera níveis de radiação "extremamente altos", disse nesta quarta-feira o chefe da Comissão Reguladora Nuclear americana (Nuclear Regulatory Commission - NRC) nesta quarta-feira.

Imagem de satélite mostra a usina nuclear de Fukushima, que sofreu danos nas unidades 1, 3 e 4
Imagem de satélite mostra a usina nuclear de Fukushima, que sofreu danos nas unidades 1, 3 e 4
Foto: AP

"Além dos três reatores que estavam funcionando no momento do incidente, um quarto reator representa também agora um motivo de preocupação. Esse reator não estava funcionando no momento do terremoto", declarou o presidente da NRC, Gregory Jaczko, durante uma audiência no Congresso. "Achamos que houve uma explosão de hidrogênio no nível desse reator", explicou.

"Acreditamos que o cilindro de confinamento secundário foi destruído, que não há mais água na piscina onde ficam as varetas de combustível reciclado e que os níveis de radiação estão extremamente elevados, o que poderá comprometer as operações de segurança" realizadas no local para evitar uma catástrofe, acrescentou. Gregory Jaczko relatou aos parlamentares americanos os últimos acontecimentos da crise japonesa depois de ter se reunido mais cedo com o presidente Barack Obama.

Ele indicou que, ante uma situação semelhante, os Estados Unidos teriam estabelecido uma zona de evacuação maior do que as autoridades japonesas, que conduziram uma evacuação em um raio de 20 km. Essa é a razão pela qual os Estados Unidos pediram a saída dos americanos que vivem a menos de 80 km da central nuclear de Fukushima.

De acordo com vários especialistas, o esvaziamento da piscina de combustível reciclado do reator 4 na central de Fukushima, já quase vazia, é um cenário catastrófico porque poderá expelir com a evaporação uma quantidade de dejeto radioativo similar à da catástrofe de Chernobyl.

Na França, o Instituto de Radioproteção e de Segurança Nuclear (IRSN), estimou que as próximas 48 horas serão cruciais para o restabelecimento do nível de água na piscina de armazenamento de combustível reciclado do reator 4 de Fukushima, com o perigo de um vazamento "muito grande" de dejetos radioativos.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 4,3 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso, os prejuízos podem chegar a US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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