PUBLICIDADE

Ásia

Bruxelas critica administração de crise nuclear pelo Japão

16 mar 2011 - 15h04
(atualizado às 16h26)
Compartilhar

O comissário europeu de Energia criticou nesta quarta-feira a reação pouco profissional dos japoneses em relação à catástrofe na usina nuclear japonesa de Fukushima, considerando que o destino do país estava agora "nas mãos de Deus".

Vista aérea mostra a usina nuclear de Fukushima, danificada após o terremoto que atingiu o Japão
Vista aérea mostra a usina nuclear de Fukushima, danificada após o terremoto que atingiu o Japão
Foto: AFP

A maneira como a crise foi administrada e "os meios incríveis à disposição dos japoneses" me levam a "corrigir a alta consideração que tinha até o momento sobre a competência dos engenheiros, técnica e industrial, a perfeição e precisão dos japoneses", considerou Günther Oettinger.

"Os japoneses trabalham com hidrantes, tentam jogar água com hidroaviões, não sabem mais como sair dessa situação", acrescentou, ante uma comissão do Parlamento Europeu, "é uma verdadeira catástrofe e reage-se aos trancos". Ele ainda revelou que existem "divergências" entre a companhia de eletricidade japonesa Tokyo Electric Power (Tepco), que administra os reatores nucleares danificados, e o governo japonês sobre a resposta à crise.

O comissário, que já havia na véspera falado de um "apocalipse", referindo-se à situação na usina de Fukushima atingida pelo terremoto seguido de tsunami devastador de sexta-feira, mostrou-se novamente catastrófico. Agora, "temo que a situação esteja nas mãos de Deus", disse.

"Podemos dizer que esta instalação não está mais sob controle", julgou Oettinger, "certamente, ao longo das próximas horas, vão surgir desdobramentos catastróficos e riscos para a vida das pessoas na ilha".

A situação continua crítica nesta quarta-feira na usina nuclear de Fukushima, onde as autoridades japonesas lutam para impedir uma tragédia nuclear de grandes proporções. Após dois novos incêndios nos reatores 3 e 4, a radioatividade medida na entrada da central aumentou muito, baixando em seguida.

"É com terror que assistimos às imagens que chegam do Japão. Temo que não tenhamos ainda presenciado o fim dessa tragédia, de uma catástrofe internacional", declarou o comissário de Energia.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 4,3 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso, os prejuízos podem chegar a US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade