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Ásia

Radiação cai e técnicos retomam trabalho em usina no Japão

16 mar 2011 - 05h38
(atualizado às 05h57)
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Funcionários da usina nuclear afetada por explosões após o tremor de sexta-feira no Japão voltaram ao local para tentar esfriar e estabilizar os reatores nesta quarta-feira. O porta-voz do governo Yukio Edano disse que os níveis de radiação caíram na usina.

No início do dia, o governo japonês tinha obrigado os técnicos a suspender as tentativas de estabilizar os reatores por causa de um pico nos níveis de radiação na usina nuclear de Fukushima. Momentos antes, a usina (no nordeste do Japão) começou a expelir uma fumaça branca, intensificando os temores de um acidente radioativo.

A fumaça teve início poucas horas após a ocorrência de um novo incêndio no reator 4 da instalação, que ainda estava sendo combatido. Segundo a Tokyo Electric Power Co (Tepco), que opera a usina, a fumaça poderia ser um vapor, produzido pelo superaquecimento de um taque de combustível. A usina já havia sofrido outras quatro explosões, que provocaram o vazamento de elementos radioativos.

Os técnicos estavam trabalhando em Fukushima, jogando água do mar nos reatores para tentar estabilizá-los e evitar um superaquecimento.

Neve

O sistema de resfriamento de Fukushima foi danificado durante o terremoto de 9 graus de magnitude e o tsunami que devastaram a costa leste do país na sexta-feira. Funcionários do governo aconselharam moradores num raio de 20 a 30 km da usina a deixar a área ou permanecer abrigados.

Em Tóquio, a mais de 200 km de Fukushima, o nível de radiação sofreram uma pequena elevação, suficiente para amedontrar os moradores, que começam a estocar mantimentos.

O governo confirmou a morte de mais de 3 mil pessoas, mas teme que o número seja superior a 10 mil. Cerca de 500 mil pessoas estão em abrigos temporários, que sofrem com a falta de comida, água, eletricidade e combustível. Também há escassez de cobertores em alguns lugares, enquanto a meteorologia prevê temperaturas abaixo de zero e nevascas.

AIEA

Nesta terça-feira, a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA) anunciou estar monitorando os níveis de radiação nas proximidades da usina e que a quantidade de radiação nas regiões próximas vinha diminuindo significativamente desde a madrugada. A AIEA disse que outras usinas nucleares japonesas, como Onagawa, Tokai e Fukushima Daini estão "estáveis e seguras", mas que a situação em Daiichi, onde estão os reatores danificados, ainda era preocupante. Uma zona de exclusão aérea foi estabelecida sobre o complexo nuclear.

De acordo com a AIEA, 150 pessoas na região da usina foram examinadas para detectar possíveis contaminações por radiação. Já foram tomadas medidas para a descontaminação de 23 pessoas. A agência diz que o total de radiação a que uma pessoa normalmente se expõe durante um ano, contando todas as fontes normais, é de cerca de 2,4 milisieverts (unidade de medida que avalia os efeitos da radiação absorvida pelo organismo).

Pessoas que vivem nas proximidades de instalações nucleares estão expostas a uma dose de 1 milisievert adicional ao ano, segundo a agência.

Dentro da usina de Fukushima Daiichi, uma medição chegou a detectar 400 milisieverts de radiação no ar, entre os reatores número 3 e número 4. Nos arredores da instalação, a quantidade de radiação liberada no ar chegou a atingir 11,9 milisieverts, mas caiu para 0,6 milisieverts seis horas depois.

A Organização Meteorológica Mundial disse que ventos começam a dispersar o material radioativo do ar para o oceano. No entanto, há previsões de que a direção das correntes de ar mudem na quarta-feira.

Imagem da TV NHK mostra a cortina de fumaça que cobre a usina nuclear de Fukushima
Imagem da TV NHK mostra a cortina de fumaça que cobre a usina nuclear de Fukushima
Foto: AFP
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