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Ásia

Radiação tem forte alta em Fukushima, diz governo japonês

15 mar 2011 - 23h34
(atualizado em 16/3/2011 às 01h33)
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A radioatividade deu um salto na central nuclear de Fukushima na manhã desta quarta-feira, após o anúncio do possível rompimento do vaso de confinamento do reator 3, o que levou as autoridades a retirar o pessoal que ainda permanecia na usina, informou o governo. "Pouco depois das 10h local (22h de Brasília), os níveis (de radioatividade) subiram bruscamente" na entrada do complexo de Fukushima, disse o porta-voz Yukio Edano. "Às 10h45, o nível em torno da entrada do complexo era de 6,4 millisieverts, mas às 10h54 caiu para 2,9 millisieverts", revelou um funcionário da agência nuclear japonesa.

Edano anunciou a saída do pessoal que permanecia na central nuclear devido ao aumento da radioatividade: "as autoridades retiraram os funcionários para uma zona segura, de maneira temporária". "O nível de radioatividade próximo da entrada do complexo varia muito de hora em hora, mas seguem sendo nocivos para a saúde", disse Edano.

A evacuação ocorreu após o governo anunciar que o vaso de confinamento do reator 3 está "parcialmente danificado", enquanto a TV japonesa mostrava uma núvem de fumaça brança sobre o complexo. Segundo Edano, a fumaça branca sobre o reator 3 é, sem dúvida, vapor, e "o cenário mais provável é uma fuga de vapor após um dano no vaso de confinamento".

Na terça-feira, o porta-voz havia anunciado níveis de radiação centenas de vezes mais elevados que o padrão, entre os reatores 3 e 4 de Fukushima. Este nível chegou até 400 millisieverts junto ao reator 3 e a 100 millisieverts em torno do reator 4. A partir de uma dose de 100 millisieverts cresce o risco de câncer para o ser humano.

Em meio à evacuação do complexo de Fukushima, Edano anunciou que o Japão está disposto a pedir ajuda às forças armadas dos Estados Unidos para enfrentar a catástrofe nuclear.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 3,3 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso, os prejuízos já passam dos US$ 170 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.

Imagem da TV NHK mostra a cortina de fumaça que cobre a usina nuclear de Fukushima
Imagem da TV NHK mostra a cortina de fumaça que cobre a usina nuclear de Fukushima
Foto: AFP
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