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Ásia

Usina nuclear amanhece coberta por fumaça em Fukushima

15 mar 2011 - 22h35
(atualizado em 16/3/2011 às 00h42)
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O incêndio ocorrido nesta quarta-feira (horário local) no reator 4 da usina japonesa de Fukushima foi extinto, mas há fumaça sobre a central nuclear, ao que parece procedente do reator 3, informaram o governo e a operadora Tokyo Electric Power Co. (Tepco). "Recebemos informações da Tepco de que não são mais vistas chamas ou fumaça" sobre o reator 4, disse Minoru Ogoda, porta-voz da agência nuclear japonesa.

Imagem da TV NHK mostra a cortina de fumaça que amanheceu sobre a usina nuclear de Fukushima
Imagem da TV NHK mostra a cortina de fumaça que amanheceu sobre a usina nuclear de Fukushima
Foto: AFP

Após a declaração de Ogoda, uma nuvem de fumaça surgiu sobre Fukushima e um responsável da Tepco declarou à imprensa que, ao que parece, ela tem origem no reator 3 da central nuclear, situada a 250 km de Tóquio. O incêndio de hoje no reator 4 atingiu o quarto andar do prédio, um dia após uma explosão provocar chamas e destruir o teto do mesmo reator.

Após o tsunami de sexta-feira passada, uma série de graves problemas atinge a central de Fukushima 1, onde os prédios dos reatores 1, 2 e 3 também foram destruídos parcialmente por explosões. O reator 4 estava em manutenção no momento do tsunami e a explosão ocorrida na terça-feira foi provocada por hidrogênio. Um incêndio após a detonação foi extinto por militares americanos.

Na noite de terça-feira, a Tepco informou que planejava lançar água de helicópteros sobre a piscina do reator 4 para esfriar o sistema. As barras de combustível nuclear, que se encontram em uma piscina especial de resfriamento situada no recinto de confinamento, sobre o coração do reator, devem permanecer sob a água para não provocar uma catástrofe radioativa.

Os sistemas habituais de resfriamento falharam após o tsunami que atingiu a região na sexta-feira. No reator 2, o recinto de confinamento sofreu danos após uma explosão no prédio, mas não há informação precisa sofre a situação do núcleo do reator.

Na terça-feira, os níveis de radiação na central de Fukushima eram claramente nocivos à saúde e os ventos levaram partículas radioativas para Tóquio, mas sem risco para os 35 milhões de habitantes da região.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 3,3 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso, os prejuízos já passam dos US$ 170 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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