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Ásia

Mercadante: incidente nuclear no Japão será lição para Brasil

15 mar 2011 - 19h07
(atualizado às 19h18)
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

O ministro de Minas e Energia, Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira que o incidente nuclear ocorrido no Japão a partir de um terremoto e de um tsunami servirá de "lição" para medidas de segurança para as usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2, no Brasil, e para estruturas semelhantes ao redor do mundo. O ministro classificou ainda como "indevida" qualquer comparação entre a situação em território japonês e eventuais riscos nucleares no Brasil. Por enquanto, o programa nuclear brasileiro não sofrerá alterações.

info infográfico temor usina nuclear
info infográfico temor usina nuclear
Foto: Divulgação

"Não há nenhum episódio que mereça qualquer aproximação do Brasil com o Japão. Os incidentes e acidentes no passado exigiram protocolos cada vez mais rigorosos e serão incorporados não apenas para eventuais concessões, mas para utilização de usinas já em funcionamento", declarou o ministro.

"Não haverá atropelo nessa matéria. O Brasil, o governo não tomará nenhuma atitude que não tenha a segurança como preliminar. Todas as lições e erros e as medidas que forem eficientes ajudarão o Brasil", ressaltou.

"Essa lição que sai daí (do Japão) é absolutamente indispensável ao padrão de funcionamento das usinas instaladas e das usinas que vierem a ser instaladas. Estaremos integralmente associados a esses protocolos", completou Mercadante, que evitou afirmar o potencial de pressão que teria a opinião pública para uma eventual paralisação das atividades nucleares no Brasil.

"Diferente de outras economias, o Brasil é um país democrático, tem separação de poderes, e isso é uma qualidade muito importante. O que é indevido é associar o cenário do Japão a um eventual episódio brasileiro", disse.

Precipitação

O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Odair Dias Gonçalves, por sua vez, observou que atitudes como a da Alemanha, que decidiu suspender o funcionamento de sete reatores nucleares, são "precipitadas", uma vez que ainda não há um cenário claro sobre a extensão dos danos de caráter nuclear no Japão. Por ora, o episódio japonês é considerado de grau 4 - em uma escala que vai até 10 - e, por isso, não é considerado um acidente, e sim incidente. Até o momento não se prevê a possibilidade de dano grave para ambientes ou contaminação de pessoas.

"É prematuro dizer que vamos ter que aumentar as medidas de segurança. Se por alguma razão se verificar que existe um acidente absurdo, uma falha que não foi incorporada, (serão tomadas as providências). Essas decisões como da Alemanha, da França, são precipitadas porque não se sabe o que aconteceu. Espera-se que o acidente seja controlado sem nenhum vazamento", explicou.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 3,3 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso, os prejuízos já passam dos US$ 170 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.

Fonte: Terra
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