PUBLICIDADE

Ásia

Cruz Vermelha: Japão precisará de ajuda para superar traumas

15 mar 2011 - 15h29
(atualizado às 16h37)
Compartilhar

As iniciativas globais para ajudar o Japão depois do terremoto devastador de sexta-feira devem se concentrar nas preocupações de longo prazo, como o aconselhamento pós-trauma e o auxílio às pessoas na reconstrução, disse Patrick Fuller, do grupo internacional de ajuda humanitária Cruz Vermelha.

Sobreviventes do terremoto se reencontram em Yamada, no norte do Japão
Sobreviventes do terremoto se reencontram em Yamada, no norte do Japão
Foto: AP

Um dos países mais ricos do mundo e acostumado a lidar com terremotos, o Japão estava preparado, como possível, para responder a uma crise como essa e tem usado a enorme quantidade de ajuda oferecida para buscar especialistas do exterior. Até agora, as equipes de resgate e as unidades médicas têm liderado os esforços de ajuda internacional para o Japão, mas a esperança de encontrar sobreviventes está diminuindo.

Fuller afirmou que o auxílio humanitário vindo do exterior deveria ter como objetivo agora fornecer benefícios duradouros. "As pessoas perderam muita coisa, perderam suas casas, seus parentes, então um dos focos para nós é ser capaz de dar aconselhamento após o trauma", disse ele à BBC desde o norte do Japão.

"O estresse é um fator importante para as pessoas nesse tipo de situação, mas também ajuda na recuperação num prazo maior. Eles vão precisar de financiamento para se colocarem de pé de novo, para reconstruir suas casas." Fuller disse que a situação nas redondezas da cidade costeira de Otsuchi é desesperadora, com as pessoas revirando o lixo em busca de comida e as equipes de resgate tentando apagar incêndios florestais.

"Eu fui a um dos centros de abrigo hoje onde havia provavelmente cerca de 300 pessoas deitadas no chão sobre folhas de papelão e cobertores, muitas delas idosas", disse ele, acrescentando que uma multidão vagava sem destino à procura de parentes desaparecidos. O terremoto que atingiu o Japão na sexta-feira foi o quarto maior já registrado no mundo e o país está diante de uma nova possível catástrofe, depois do vazamento de baixos níveis de radiação de uma usina nuclear danificada, que seguiram rumo a Tóquio.

O governo japonês pediu que a Agência Internacional de Energia Atômica, com sede em Viena, envie "missões de especialistas", mas os detalhes ainda têm de ser acertados. Os Estados Unidos enviaram uma unidade especializada, com especialistas nucleares e especialistas em resposta a desastres e equipes de busca e resgate em áreas urbanas, incluindo 12 cães farejadores para ajudar na busca por sobreviventes.

A embaixada norte-americana em Tóquio forneceu US$ 100 mil iniciais em assistência imediata a alívio de desastres. As ofertas de ajuda vêm dos países mais pobres também. A cidade afegã de Kandahar, por exemplo, doou US$ 50 mil.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 3,3 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso, os prejuízos já passam dos US$ 170 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade