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Ásia

Japão teme grande vazamento radioativo em Fukushima

15 mar 2011 - 12h55
(atualizado às 13h18)
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A situação na usina nuclear de Fukushima no Japão entrou nesta terça-feira em fase crítica após um incêndio e uma nova explosão que aumentaram o temor de um grande vazamento radioativo.

Os casos mais graves parecem ser os dos reatores 2 e 3 dessa central, onde na madrugada (horário local) houve uma explosão que, além de danificar o edifício da unidade 2, pode ter afetado seu sistema de contenção.

O ministro porta-voz, Yukio Edano, considerou muito provável que a instalação tenha sido danificada, e alertou que os níveis de radiação da usina são altos o suficiente para serem prejudiciais à saúde.

A empresa operadora da usina, Tokyo Electric Power (Tepco), reconheceu uma potencial fusão do núcleo do reator, enquanto o nível de radioatividade na entrada da central chegou a marcar 8.217 microsieverts por hora, muito acima dos 1.000 microsieverts ao ano estabelecidos como limite seguro.

Enquanto isso, nas imediações da unidade do reator 3, que também sofreu ontem uma explosão, a radioatividade superou em 400 vezes o nível considerado seguro.

Neste reator também há risco de uma fusão do núcleo devido a problemas no sistema de refrigeração, apesar do uso de água marinha com boro e à liberação de vapor de forma controlada para diminuir a temperatura e a pressão.

A situação foi complicada por um incêndio, já controlado, no tanque de combustível do reator 4, que estava desligado para manutenção quando ocorreu o terremoto.

O tanque serve para guardar o combustível já utilizado submerso em água a fim de evitar seu superaquecimento. Se o nível de água baixar, a alta da temperatura pode provocar fogo e, consequentemente, nuvens de material radioativo, segundo especialistas.

O incêndio no tanque da unidade 4 (aparentemente causado por uma explosão de hidrogênio) fez com que os níveis de radioatividade chegassem a superar em até cem vezes o limite permitido, mas depois diminuíram, segundo Yukio Edano, que negou ocorrência de vazamentos neste reator.

Na usina de Fukushima, poucos trabalhadores se esforçam para controlar os múltiplos focos de crise, já que a maioria foi retirada do local devido à alta do nível de radioatividade.

Os residentes em um perímetro de 20 quilômetros ao redor da usina, cerca de 200 mil pessoas, foram evacuados desde o fim de semana, e hoje o governo estendeu a área de alerta para um raio de 30 quilômetros, dentro do qual foi decretada zona de exclusão aérea.

Além disso, os moradores que permanecem entre 20 e 30 quilômetros da usina foram solicitados a fecharem as janelas e a não saírem de suas casas.

As consequências do acidente na usina nuclear de Fukushima se transformaram na grande preocupação de um Japão ainda comovido pelos efeitos do terremoto e o posterior tsunami que deixaram mais de 10 mil vítimas entre mortos e desaparecidos.

Os níveis de radiação aumentaram em amplas regiões, incluindo a de Tóquio, onde foram detectadas pequenas quantidades de substâncias radioativas como césio, embora o governo metropolitano insista que os níveis ainda não representam risco para a saúde.

EFE   
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