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Ásia

Japão: mortos por tremor seguido de tsunami passam de 3,3 mil

15 mar 2011 - 09h15
(atualizado às 14h44)
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As autoridades do Japão já registram 3.373 mortos e 6.746 desaparecidos em consequência do terremoto seguido de tsunami de sexta-feira passada, enquanto são cada vez maiores os problemas de abastecimento de mantimentos e produtos básicos para a população das áreas afetadas.

Do total de mortos confirmados, pouco mais de mil foram identificados e cerca de 400 corpos foram entregues a suas famílias, segundo a agência de notícias local Kyodo.

Pelo quarto dia consecutivo, as equipes de resgate enfrentam a dupla tarefa de remover as ruínas e escombros em busca de corpos e de levar ajuda aos desabrigados em zonas isoladas como Oshima, uma pequena ilha em frente ao litoral da província de Miyagi.

Ali, cerca de 1,3 mil pessoas foram encontradas com vida nesta terça-feira que escaparam do terremoto de magnitude 8,9 na escala Richter, segundo dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).

Entre 7 mil e 8 mil habitantes de Oshima perderam suas casas e se refugiaram em escolas, mas estão incomunicáveis. Não se sabe se eles têm mantimentos suficientes.

Tampouco se sabe, desde sexta-feira, sobre o paradeiro de aproximadamente 7,5 mil habitantes da vila de Minamisanriku, metade da população do distrito de Miyagi devastado pelo mar, embora a Polícia acredite que eles possam ter se refugiado em localidades próximas, como Tome.

Um total de 2 mil habitantes de Minamisanriku foram localizados com vida nesta terça-feira, o que dá esperanças sobre encontrar os desaparecidos da localidade.

O governador de Miyagi, Yoshihiro Murai, indicou que, neste momento, o maior problema é a carência de combustível e material sanitário nos hospitais, onde estão racionando os remédios.

Os necrotérios não dão conta de armazenar todos os corpos, o que revela a necessidade urgente de mais caixões. Os funcionários dos necrotérios se queixam que os constantes blecautes não permitem manter os corpos apropriadamente refrigerados.

O gigante tsunami que seguiu o terremoto de sexta-feira provocou a destruição total ou parcial de quase 80 mil edifícios e casas na ilha de Honshu, de acordo com o balanço do Departamento de Controle de Desastres.

A operação de salvamento é liderada por 100 mil membros das Forças de Autodefesa - equivalente ao Exército, segundo a Constituição do Japão -, aos quais se unirão milhares de reservistas convocados.

Quatro dias depois do terremoto, com 25 mil sobreviventes registrados, não está claro se ainda é possível encontrar muitas pessoas com vida. Mas um exemplo de esperança é uma mulher de 70 anos, que foi resgatada nesta manhã na província de Iwate.

O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, determinou às forças de segurança que priorizem a assistência aos desabrigados, junto a centenas de voluntários estrangeiros especialistas em situações de emergência.

"Continuaremos com o resgate, mas há tanta gente que precisa de ajuda nos centros de refugiados que devemos gradualmente redirecionar nossos esforços para satisfazer suas necessidades", declarou Naoto Kan à emissora televisiva NHK.

Mais de 500 mil evacuados vivem agora em 2,5 mil abrigos temporários, muitos dos quais não contam com água potável ou eletricidade.

A companhia Tokyo Electric Power, principal operadora de energia na região, continuou nesta terça-feira a realizar cortes programados de energia em províncias divisórias a Tóquio, para garantir o fornecimento nas zonas afetadas. A empresa prevê estender as interrupções caso não se solucione o déficit na capacidade de geração.

As previsões meteorológicas indicam que, em partes do nordeste do país, as temperaturas devem cair significativamente, o que agrava a situação da população, que sofre com a escassez de cobertores.

Tóquio agradeceu a solidariedade dos 102 Governos estrangeiros - inclusive países muito pobres como Afeganistão e Timor Leste - que ofereceram algum tipo de ajuda ao Japão, que, segundo o premiê Naoto Kan, sofre a maior crise desde a Segunda Guerra Mundial.

A catástrofe mobilizou até mesmo nações mais hostis ao Japão, como China e Rússia. A Coreia do Norte, por sua vez, emitiu uma breve mensagem de condolências por meio do escritório da Cruz Vermelha.

EFE   
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