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Ásia

Japão: operadora admite que teme vazamento em usina nuclear

14 mar 2011 - 22h20
(atualizado em 15/3/2011 às 00h41)
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A empresa operadora da usina nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, reconheceu nesta terça-feira (horário local) que teme um escapamento radioativo por uma possível fusão do núcleo do reator número dois, que esta manhã sofreu uma explosão.

O governo japonês elevou para 30 km o perímetro em que devem ser evacuados os habitantes da área, enquanto o primeiro-ministro, Naoto Kan, admitiu que é possível que haja novos vazamentos de radiação na zona.

A Tokyo Electric Power (Tepco) admitiu que pode ter ocorrido emissão de radiação após a estrutura que envolve o reator número dois ficar danificada. Os níveis de radioatividade na área chegaram a 8.217 microsievert por hora, enquanto o máximo permitido são 500 microsievert. Estar exposto a essa radiação durante uma hora equivale à mesma quantidade absorvida por uma pessoa durante um ano inteiro.

Por enquanto as autoridades não confirmaram que tenha ocorrido uma fusão do núcleo do reator por causa da exposição das barras de combustível devido a problemas no sistema de refrigeração do reator. É possível que a explosão desta manhã tenha afetado parte do sistema de controle de pressão do reator, segundo informou a Agência de Segurança Nuclear.

A agência Kyodo assinalou que o invólucro de segurança que protege o núcleo pode ter ficado danificado pela queda da pressão em seu interior. A explosão ocorreu às 6h10 da hora local (18h10 de segunda-feira no horário de Brasília), pouco depois de o governo ter admitido que o reator continuava instável e, segundo a Kyodo, começou a evacuação dos empregados da central.

Dezenas de operários da usina trabalharam toda a noite para injetar água do mar nos reatores e tentar resfriá-los. Os trabalhadores pretendiam manter intactos os receptáculos primários de contenção dos reatores (as camadas que os protegem) e evitar um perigoso vazamento de radioatividade na zona, de onde foram evacuadas mais de 200 mil pessoas.

O grave terremoto de sexta-feira no Japão, que deixou mais de cinco mil vítimas entre mortos e desaparecidos, causou problemas de superaquecimento em três reatores da usina nuclear de Fukushima, devido à falta de energia.

No sábado, no domingo e na segunda-feira houve duas explosões, nos reatores 1 e 3, por causa da acumulação de hidrogênio nos invólucros secundários que protegem os reatores, mas que segundo o governo não provocaram grandes vazamentos de radiação.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 1,8 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso,s prejuízos já passam dos US$ 170 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.

info infográfico temor usina nuclear
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Foto: Divulgação
EFE   
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