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Ásia

Empresa retira pessoal da área do reator 2 em Fukushima

14 mar 2011 - 21h27
(atualizado às 22h43)
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O operador da central nuclear de Fukushima 1 anunciou nesta terça-feira (hora local) a retirada do seu pessoal da área do reator 2, exceto pelos funcionários encarregados de bombear água para refrigerar o sistema em colapso. "Estamos retirando nosso pessoal para uma zona segura", exceto os que trabalham para resfriar o reator, informou a Tokyo Electric Power (Tepco).

Imagem da TV NHK mostra o reator 2 da usina nuclear de Fukushima, onde uma explosão foi ouvida nesta terça-feira (hora local)
Imagem da TV NHK mostra o reator 2 da usina nuclear de Fukushima, onde uma explosão foi ouvida nesta terça-feira (hora local)
Foto: AFP

Um funcionário da Agência de Segurança Nuclear japonesa confirmou "que os trabalhadores próximos ao reator Nº 2, exceto os que injetam água para refrigerar o sistema, foram evacuados". O funcionário destacou que a evacuação não significa um agravamento da situação.

Uma explosão foi ouvida no reator 2 da usina, segundo confirmou a Agência de Segurança Nuclear do país. O principal porta-voz do governo do Japão disse que foram detectados danos no reator, mas até o momento não houve um aumento acentuado dos níveis de radiação.

Edano informou a jornalistas que "os danos aparecem na piscina de condensação" - a parte inferior da cápsula, que contém água usada para resfriar o reator e controlar a pressão interna. Caso seja confirmado, este será o primeiro dano direto ao reator desde a catástrofe.

O forte terremoto seguido de tsunami que devastou na sexta-feira o país afetou o sistema de refrigeração do complexo nuclear, forçando a operadora da usina a colocar água marinha nos reatores e liberar o ar radioativo na atmosfera para reduzir o aquecimento e a pressão internos.

O reator número 2 voltou nesta segunda a ficar instável apesar da injeção de água salgada em seu contêiner secundário para tentar resfriar o núcleo e impedir uma fusão que emita radioatividade. De acordo com Yukio Edano, o reator "ainda não está estável", mas não registrou um aumento drástico da ionização.

A empresa operadora da usina, Tokyo Electric Power (TEPCO), assegura que durante a madrugada se reduziu a pressão dentro da parte externa que protege o núcleo e espera que tenha subido o nível de água depois que as barras de combustível ficassem parcialmente descobertas no domingo. Se o núcleo começar a fundir, isto provocará uma situação de emergência por vazamento de radiação.

O reator número 2 da usina de Fukushima sofreu no domingo um falha em uma de suas 10 válvulas que afetou o sistema de refrigeração, algo similar ao ocorrido antes da explosão dos reatores 1 e 3 da mesma usina após o terremoto de 8,9 graus na escala Richter, segundo dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), na sexta-feira.

A Tepco assinalou que a radiação emitida na noite de domingo chegou a 3.310 microsieverts, seis vezes acima do nível legal permitido. Os operários da usina tentam agora abrir mais válvulas com a esperança que por uma delas possam introduzir de novo água salgada para refrigerar e manter estável o núcleo do reator.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 1,8 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso,s prejuízos já passam dos US$ 170 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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