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Ásia

Grã-Bretanha: é cedo demais para prever impacto do terremoto

14 mar 2011 - 15h55
(atualizado às 16h44)
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A autoridade britânica de segurança nuclear, a que o governo pediu que "tire lições" do terremoto no Japão, considerou nesta segunda-feira que é cedo demais para dizer se esta catástrofe pode retardar os projetos de construção de novos reatores no Reino Unido. O Health and Safety Executive (HSE), organismo oficial encarregado da supervisão das instalações nucleares, "continua a avaliar a situação no Japão" e vai determinar "se há lições a serem tiradas no Reino Unido e no plano internacional", declarou um porta-voz do HSE.

De bicicleta, homem passa por navio virado pelo tsunami que atingiu a cidade de Hachinohe, na província de Aomori
De bicicleta, homem passa por navio virado pelo tsunami que atingiu a cidade de Hachinohe, na província de Aomori
Foto: AP

No entanto, é "cedo demais para dizer se isso terá um impacto no processo regulamentar ligado à construção de novas centrais nucleares", acrescentou. Para os projetos de centrais no Reino Unido, a autoridade de segurança realiza neste momento uma avaliação dos modelos de novos reatores EPR da francesa Areva e AP1000, da americana Westinghouse.

Esse processo de avaliação deve, a princípio, ser concluído em junho, e aguardaremos até lá para que o HSE autorize os dois modelos concorrentes de reatores, depois que seus responsáveis tiverem atendido às principais exigências feitas durante o procedimento. Qualquer atraso na concessão dos modelos de reatores poderá ter pesadas consequências para o calendário de renovação do parque nuclear britânico.

O ministro da Energia, Chris Huhne, declarou no domingo que lições devem ser tiradas do que aconteceu nas centrais nucleares japonesas em decorrência do terremoto, e indicou ter encarregado o HSE de examinar esta questão. Ele ressaltou, entretanto, que o Reino Unido não é "uma zona de risco sísmico como o Japão".

Londres decidiu em 2008 construir uma nova geração de centrais atômicas no Reino Unido que deve entrar em operação a partir de 2018 com o objetivo renovar seu parque de reatores defasado e fortalecer a segurança do abastecimento energético do país.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 1.800 mortos, e os prejuízos já passam dos US$ 170 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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