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Ásia

Militares japoneses lideram difícil operação de resgatar vítimas

13 mar 2011 - 08h24
(atualizado às 09h23)
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Cerca de 100 mil militares japoneses, apoiados por socorristas de quase 70 países e um porta-aviões americano, começaram neste domingo uma complicada operação de resgate no nordeste do Japão após o forte terremoto de sexta-feira.

Fuzileiros organizam doações de alimentos na base americana de Okinawa
Fuzileiros organizam doações de alimentos na base americana de Okinawa
Foto: Reuters

O terremoto já causou quase mil mortes confirmadas, mas estima-se que o número final seja muito maior e supere os dez mil só na província de Miyagi, a mais afetada junto a de Fukushima, onde se tenta localizar 1.167 desaparecidos.

Aproximadamente 200 corpos foram encontrados na manhã deste domingo perto do litoral oriental da ilha de Honshu, enquanto as equipes de resgate lutam para chegar às áreas devastadas e vasculham o litoral em busca de vítimas do terremoto.

Segundo a agência Kyodo, a onda gigante de dez metros de altura levou pela frente 90% das casas em três povoados litorâneos de Fukushima, que além disso enfrenta o perigo do superaquecimento de vários reatores de duas usinas nucleares.

As equipes de resgate estão coordenadas pelas Forças de Autodefesa do Japão, que equivalem ao Exército e cujo desdobramento foi elevado neste domingo de 50 mil para 100 mil soldados por ordem do primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan.

"Peço o maior esforço para salvar as vidas de quantas pessoas for possível. Daremos tudo para resgatar os que estiverem isolados", declarou Kan na saída da reunião de emergência do governo. No entanto, as autoridades temem que centenas ou milhares de pessoas tenham sido arrastadas para alto-mar.

Um homem foi resgatado neste domingo por um patrulheiro que o localizou agarrado a uma madeira flutuante a 15 km da terra firme em Fukushima.

Fontes oficiais explicaram à Kyodo que os trabalhos estão sendo dificultados pela enorme extensão da área afetada, as constantes réplicas do terremoto e os problemas para chegar aos povoados inteiros agora parcialmente submersos pela água.

Os 380 mil evacuados passaram a noite em 1,4 mil refúgios, alguns sem energia pelos cada vez mais frequentes cortes da provisão elétrica no litoral.

Ajuda internacional

Já que os aeroportos civil e militar de Miyagi estão inundados, os Estados Unidos ofereceram seu porta-aviões Ronald Reagan como plataforma de lançamento improvisada dos helicópteros que partem para a ajuda humanitária. Os EUA, que contam com 48 mil soldados deslocados em solo japonês, enviaram um dos maiores contingentes apresentados pela resposta da comunidade internacional à tragédia no Japão, à qual desta vez se uniu um país vizinho e tradicionalmente inimigo: China.

A Rússia, que mantém uma inflamada disputa territorial com o Japão pelas ilhas Curilas, também está disposta a ajudar, anunciou o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin. Várias agências das Nações Unidas e um total de 69 países ofereceram assistência para as vítimas no Japão.

Tóquio deu seu sinal verde para que o México enviasse uma equipe de 20 socorristas e três engenheiros, acompanhados por dez cães farejadores para buscar vítimas sob os escombros. Outros países enviaram bombeiros, médicos e especialistas no manejo de guindastes para retirar os restos de edifícios em ruínas e tentar encontrar as pessoas soterradas sob os escombros com cães adestrados e profissionais experientes em situações similares no Haiti, Indonésia e Nova Zelândia.

Também chegaram entre sábado e domingo centenas de toneladas de material de emergência como comida, roupa, água, barracas, cobertores e outros artigos de primeira necessidade. A ajuda será levada aos desabrigados por estradas secundárias, já que as principais e a ferrovia estão bloqueadas. "Há muita gente que está incomunicável e precisa de assistência. A realidade é muito dura", reconheceu o ministro de Defesa japonês, Toshimi Kitazawa.

EFE   
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