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Ásia

Temores de um novo grande acidente nuclear crescem no Japão

12 mar 2011 - 09h38
(atualizado às 10h00)
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Pobre em recursos naturais, o Japão supre suas necessidades energéticas com um vasto parque de usinas nucleares, que as autoridades sempre afirmaram estarem capacitadas para aguentar terremotos. Mas a preocupação era grande neste sábado após uma explosão de madrugada, hora de Brasília, no reator Nº1 da usina de Fukushima Nº1, situada a 250 km ao norte de Tóquio, no dia seguinte ao terremoto de magnitude 8,9, seguido por um tsunami que devastou o nordeste do país. Vários funcionários ficaram feridos na explosão, informou a televisão pública NHK.

Imagem de vídeo mostra a planta atômica número 1 da usina de Fukushima, onde ocorreu uma forte explosão
Imagem de vídeo mostra a planta atômica número 1 da usina de Fukushima, onde ocorreu uma forte explosão
Foto: AFP

Os problemas começaram após o forte sismo de sexta-feira. O reator superaqueceu e militares da força aérea americana vieram em ajuda, levando líquido de resfriamento no local durante a madrugada deste sábado. Antes disso, companhia elétrica que administra a instalação, a Tokyo Electric Power (Tepco), recebeu instruções de abrir as válvulas do reator para soltar o vapor radioativo e baixar a pressão interna, que estava particularmente elevada.

Um nível radioativo mil vezes superior ao normal foi detectado pela manhã na sala de controle do reator Nº1 da usina Fukushima 1 e o primeiro-ministro japonês Naoto Kan ordenou a evacuação da população em um raio de 20 km da estação. A Agência de Segurança Nuclear e Industrial informou que uma fusão poderia estar se produzindo no interior do reator. Césio radioativo foi, de fato, detectado ao redor da central, o que pode comprovar a ocorrência de tal fenômeno, segundo um especialista.

A oposição contra a indústria nuclear é forte no Japão. A cada ano, milhares de pessoas se reúnem para relembrar as vítimas das duas bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945. Mas, ante a pobreza de recursos naturais do arquipélago, a energia nuclear civil é considerada um mal necessário.

São mais de 50 reatores espalhados pela costa do Japão, suprindo 30% das necessidades elétricas do país. Esses reatores foram construídos para suportar os tremores sísmicos e parar automaticamente em caso de um abalo muito forte. Onze deles, situados nas zonas mais atingidas pelo terremoto de ontem, pararam automaticamente.

Segundo o Greenpeace, os danos causados vão mergulhar o Japão "em uma crise nuclear de consequências potencialmente devastadoras". Se uma fusão ocorrer dentro do reator, "há possibilidade de uma maior dispersão de radioatividade no meio ambiente", informou James Acton, físico que examinou a usina de Kashiwazaki-Kariwa após o terremoto de 2007. Se isso acontecer, "existe o risco de câncer em longo prazo e este é o principal perigo", declarou à CNN.

O governo do Japão assegurou que a explosão que aconteceu neste sábado na usina nuclear 1 de Fukushima (norte do Japão) não foi no reator nem produziu um grande vazamento radioativo. Em entrevista coletiva, o porta-voz do Executivo, Yukio Edano, disse que a explosão, que também não danificou o depósito que protege o reator, aconteceu por causa de uma reação química entre hidrogênio e oxigênio e assegurou que diminuiu o nível de radiatividade na área.

Com informações da AFP e da Efe.

Fonte: Terra
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