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Ásia

Parecia uma caixa sendo chacoalhada, diz brasileiro em Tóquio

11 mar 2011 - 23h26
(atualizado às 23h50)
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Há três anos no Japão, o empresário Helio Ciffoni vivenciou nesta sexta-feira umas das mais aterrorizantes situações. Viu a terra tremer com fúria. "A sensação era a de que estava numa caixa e alguém a chacoalhava", conta.

O amanhecer trouxe à tona um cenário de destruição nas regiões atingidas pelo terremoto
O amanhecer trouxe à tona um cenário de destruição nas regiões atingidas pelo terremoto
Foto: AP

Ciffoni estava em um café na região central de Tóquio quando o tremor começou. "Vi que estava tremendo demais e a primeira reação foi sair debaixo do aparelho de ar condicionado, com medo de ele cair na minha cabeça", conta. Quando chegou na rua, veio o segundo terremoto.

"A sensação da calçada se mexendo é horrível", lembra o empresário. "É uma experiência que não quero repetir de jeito nenhum." Ciffoni tinha uma reunião marcada naquela tarde, num prédio próximo ao café. "Quando estava na rua, vi que todos os funcionários do edifício tinham descido. Então, acabamos fazendo a nossa reunião ali mesmo, na calçada, de pé", diz.

A formalidade japonesa gerou, como conta o brasileiro, uma situação inusitada. "O responsável pediu desculpas por aquela situação e ainda ficou bravo com um funcionário porque ele esqueceu de descer com os cartões de visita", ri.

Noite em claro

Depois da "reunião", Ciffoni foi a pé até o escritório onde a mulher trabalha. Gastou cerca de duas horas e meia, mas não a encontrou lá. "Mandei uma mensagem por e-mail e combinamos de nos encontrar no saguão de um hotel. Segundo o brasileiro, que era imposssível voltar para casa, já que a confusão era grande e o sistema de trens foi interrompido.

"A ideia era nos hospedar lá, mas não havia vagas." Os dois se juntaram então a diversos outros japoneses que procuraram por abrigo no hotel. "Os funcionários nos serviram água, deixaram recarregar as baterias dos celulares e nos forneceram cobertores", conta. Hoje (sábado) de manhã (horário local), o casal conseguiu voltar para casa. "Já tomamos café, conversamos com nossos familiares no Brasil e agora vamos tentar dormir um pouco, se for possível."

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